Joelma faz estreia solo com disco homônimo: 'Exemplo de volta por cima'

Sem Ximbinha, ela lança "A Página Virou", com 14 canções

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  • Hagamenon Brito

Publicado em 7 de junho de 2016 às 06:57

- Atualizado há um ano

Vocalista da banda brega pop Calypso por 16 anos, a cantora paraense Joelma, 41, viveu uma novela mexicana na vida pessoal ao se separar em 2015 do guitarrista Ximbinha, diretor musical do grupo que fez um sucesso monstruoso (20 milhões de discos) na era 2000 com sua mistura rítmica dançante e uma frontwoman carismática.A separação, depois de 18 anos de casamento, rendeu milhares de cliques em sites sobre celebridades e muitas entrevistas, mas “pra frente é que se anda” canta Joelma em A Página Virou, uma das 14 canções do seu primeiro e homônimo álbum solo, lançamento Universal.O trabalho, aliás, é cheio de recadinhos para o ex-marido. O melhor de todos está na deliciosa Não Teve Amor: “Tem coisas na vida que a gente não perde/ A gente se livra”. Game over!Joelma lança primeiro disco solo (Foto: Divulgação)Durante 16 anos, você integrou uma banda de muito sucesso, a Calypso, onde as decisões, claro, não dependiam apenas de você. Qual o desafio de iniciar uma carreira solo, mesmo sendo uma cantora com experiência?Foi muito desafiador! Eu senti frio na barriga diariamente sim, no começo tive medo. Mas essa insegurança é normal. O novo causa esta sensação! Mas olha, foi tão bom quando eu vi a proposta que eu queria sendo realizada, meu sonho, senti também que eu era amada e respeitada e que meus amigos, equipe, meus filhos e fãs estavam sempre do meu lado. Aí me vi forte como nem eu imaginei que era.Imagino que você passou a participar mais de todo o processo musical do seu trabalho, tipo ver arranjos, ir mais ao estúdio. Como foi isso?Sim, com certeza! Eu participo de tudo, isso tem sido maravilhoso, ver o trabalho nascer e crescer. Ontem mesmo, estive em estúdio o dia todo. Sou muito caxias em tudo o que faço e quero que o resultado seja positivo. Eu gosto de ter minha equipe do meu lado e respeito muito a opinião deles, na escolha de repertório, por exemplo, todos nós escolhemos juntos, eu gosto de ouvir também.Musicalmente, no que você buscou inspiração para dar uma renovada ao começar uma nova fase? Na faixa Não Teve Amor, por exemplo, sinto que você buscou a influência do arrocha para o seu estilo. E os metais de Chora Não, Coração vêm do reggae...Ah sim, eu quis mesmo misturar os ritmos e deixar meu trabalho mais pop. Não penso em mudar o estilo, quero deixar claro, mas foi como dar uma atualizada pra marcar esta nova fase. Eu queria algo mesmo mais forte, com batidas dançantes e letras que trouxessem histórias legais também.Da arte gráfica do encarte, na qual você aparece como uma heroína de HQ, às letras sobre amor, decepção e traição, o trabalho passa uma ideia de superação. Seja na música, seja na vida pessoal, você acha que pode servir de exemplo para os seus fãs, no sentido de dar a volta por cima e seguir brilhando?No começo eu não acreditava nisso, não. Agora eu ouço relatos de pessoas que decidiram sair de relacionamentos ruins se inspirando em mim, falam que eu dei força que sou uma motivação. Fico muito feliz em ouvir isso. Tenho tanta felicidade no coração por ser, sim, um exemplo de volta por cima para as pessoas.Seus filhos participam da faixa que encerra o álbum, O Amor de Deus. Por que você quis unir, nessa música, o amor religioso com o amor incondicional dos filhos?Tem muito significado isso pra mim. São amores grandes e incondicionais, a ideia inicial era esta mesmo, unir este amor, por  Deus, que é nosso Pai, e pelo meus filhos. É um momento em que eu quero me dedicar muito a minha família, viver perto dela. A Natália já é cantora, quer seguir carreira. A Yasmin, a caçula diz que não quer, e o Yago também tem vontade de vir pro lado de cá, mas assim que terminar a faculdade. E, como mãe, quero que eles sejam felizes no que escolherem.Como você vê o sucesso atual de um número maior de artistas do tecnobrega e do pop do Pará,  tendo sido você uma das pioneiras dessa cena. Você gosta desses novos artistas?Eu acho muito importante esta abertura do mercado, isso mostra o quanto o nosso Brasil é rico na cultura musical, e que além das pessoas que conseguem se projetar na mídia, tem muita gente boa lutando pra conseguir seu espaço. Na estrada, vira e mexe, eu encontro pessoas que dizem que sou referência e que sonham em chegar ao que cheguei nos 16 anos com a banda Calypso. Como cantora solo, me sinto muito bem em ouvir isto.Aliás, como é sua relação com os fãs baianos?Eu costumo dizer que de uma maneira geral meus fãs são anjos que cuidam de mim. Os  fãs baianos são muito ativos na minha vida e participativos em tudo o que diz respeito a minha carreira. Eu sinto o calor de longe e é só eu chegar em Salvador que meu caminho é repleto de pessoas que me amam de verdade. Isso é impagável.Artista: JoelmaDireção  Tovinho e JoelmaGravadora  Universal MusicPreço  R$ 24,90