Indústria baiana amplia investimentos para infraestrutura sustentável

Companhias com atuação na Bahia direcionam recursos para promover a sustentabilidade

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Publicado em 25 de maio de 2024 às 06:00

Complexo eólico da Unipar em Tucano (BA) Crédito: Divulgação/Unipar

De acordo com o Mapa Estratégico da Indústria 2023-2032, lançado no ano passado pela CNI, a neoindustrialização brasileira deve priorizar investimentos em infraestrutura que promovam a sustentabilidade, como energia renovável, transporte público eficiente e infraestrutura digital de qualidade.

Muitas indústrias com atuação na Bahia já se destacam nessa área. Líder na produção de cloro e soda e segunda maior produtora de PVC da América do Sul, a Unipar inaugurou em outubro do ano passado, em parceria com a AES Brasil, o Complexo Eólico de Tucano. O projeto é o primeiro parque eólico do país a ter operação e manutenção realizadas localmente por uma equipe formada somente por mulheres.

A Unipar pretende obter 100% de toda a demanda de energia elétrica das operações no Brasil oriundas de fontes renováveis até 2025. “Esse investimento reforça essa nossa prioridade estratégica de crescer com sustentabilidade e está alinhado ao nosso propósito de sermos confiáveis em todas as nossas relações”, destaca o CEO da Unipar, Rodrigo Cannaval.

Primeira microrrede 100% renovável do Brasil atende à Xique-xique, comunidade isolada de Remanso, a 720 km de Salvador Crédito: Foto: Divulgação Neoenergia Coelba

Microrrede

Promover a utilização da energia limpa e sustentável em sua área de atuação é um compromisso firmado pela Neoenergia com a ONU por meio do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7 (ODS 7). Como exemplo desse engajamento, a Neoenergia Coelba desenvolveu em Remanso (BA) a primeira microrrede isolada 100% renovável do Brasil. A iniciativa recebeu recursos do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da Neoenergia, regulado pela Aneel.

Diferentemente de outros sistemas de microrredes isoladas, o projeto da Neoenergia não faz uso de geradores a óleo, que produzem poluentes na atmosfera, e sim através de baterias de íon-lítio, com capacidade para garantir o fornecimento por 48 horas quando não houver radiação solar suficiente.

“O investimento em microrredes está relacionado à expectativa de que a tecnologia tenha maior adesão no mercado, o que pode gerar redução de custos, possibilitando a expansão de projetos como esse no país e beneficiando outras comunidades em áreas remotas que ainda não são atendidas pela rede elétrica de distribuição convencional”, explica o gerente corporativo de PDI da Neoenergia, José Antônio Brito.

Braskem é a maior companhia em operação no Polo Industrial de Camaçari Crédito: Divulgação/Braskem

Descarbonização

Maior companhia do Polo Industrial de Camaçari, a Braskem tem implementado medidas que visam reduzir, anualmente, a emissão de gases do efeito estufa nas unidades que mantém no complexo. Isso tem sido possível por meio do Programa de Descarbonização Industrial, lançado em 2021, o qual inclui investimentos em inovação, novas tecnologias e energia renovável, juntamente com o treinamento da equipe para otimização de processos.

“Um dos pilares do programa de descarbonização é o aumento da participação de energias renováveis e combustíveis de baixo carbono na matriz energética da empresa. Por meio dos contratos firmados na compra de energia limpa para abastecer nossas operações no Brasil, esperamos a redução de mais de 3,2 milhões de toneladas de CO2e durante os 20 anos de vigência dos acordos”, projeta o diretor Industrial da Braskem na Bahia, Carlos Alfano.

A Braskem estabeleceu como metas globais reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 15% até 2030 e atingir a neutralidade de carbono até 2050. Em 2023, 80% da energia elétrica adquirida pela companhia em todo o mundo já foi proveniente de fontes renováveis.

Tronox investe em pesquisa e desenvolvimento para promover a inovação Crédito: Foto: Divulgação/Tronox

P&D

Graças ao investimento em equipamentos de abatimento de gases e retenção de material particulado em seu processo produtivo, a Tronox reduziu 84% de suas emissões de CO2 nos últimos 20 anos, em sua fábrica na Bahia. As equipes de P&D da companhia estão ativamente concentradas em buscar utilizações alternativas para os resíduos, com foco na economia circular.

Com meta de se tornar 100% carbono neutro até 2050, a Tronox investe em um conjunto de inovações, como a alteração da proporção de uso de minérios usados como matérias-primas, a otimização de processos e equipamentos, e melhorias nas rotinas operacionais, que já promoveram a redução de 25% do uso total de energia da fábrica.

Não à toa, a companhia foi a primeira indústria do Brasil a receber do Ministério de Minas e Energia o Prêmio Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia. Além disso, no campo da economia circular, a Tronox foi reconhecida, no ano passado, como um dos destaques do 14º Prêmio Indústria Baiana Sustentável, promovido pela FIEB.

SUZANO INVESTE NA BIODIVERSIDADE

A Suzano mantém um programa robusto de restauração ecológica, concentrando-se na recuperação e enriquecimento de áreas por meio do plantio de espécies nativas e da preservação da vegetação natural. Com mais de 25 mil hectares de áreas florestais em restauração nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais e sul da Bahia, a empresa contribui para o aumento da cobertura florestal ao proteger importantes nascentes e mananciais hídricos.

A gerente executiva Florestal das unidades florestais Bahia e Espírito Santo, Jany Kelly Guizardi, cita ações de compromisso da Suzano com a conservação ambiental e a promoção da biodiversidade. “Na Bahia, nós estamos conservando mais de 155 mil hectares de áreas preservadas, incluindo 11,7 mil hectares considerados Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVC), como Alcoprado, Complexo do Rio Itanhentinga, Complexo de Aparaju, Muçunungas de Juerana, Peruípe e Fábrica.”

O projeto Indústria Forte é uma realização do Jornal CORREIO com o patrocínio da Neoenergia, Unipar, Tronox, Suzano e Ferbasa, parceria da Braskem, apoio institucional da FIEB e Sebrae e apoio da Wilson Sons.

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