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Monique Lobo
Publicado em 29 de dezembro de 2015 às 09:36
- Atualizado há 2 anos
Com 27 anos de casada e três filhos já criados, a administradora Isabel Dias – cuja idade é um segredo a sete chaves – descobriu que o marido tinha uma amante. Uma professorinha de uma cidade vizinha do interior de São Paulo no qual moravam. O baque a deixou tonta, mas o conceito de família a fez perdoar o deslize. >
Cinco anos depois, após uma viagem a Paris para visitar um dos filhos, veio o nocaute. O sexto sentido feminino alertou que algo estava errado e ela, então, se juntou aos caçulas para uma investigação detalhada. >
E a descoberta foi surpreendente: além da professorinha, que ele jurava que era caso encerrado, Isabel encontrou mais três amantes. Uma estrangeira que morava em uma das cidades em que ele trabalhava; uma engenheira da mesma empresa e uma técnica, também do seu local de trabalho. “Não valeu a máxima ‘onde se ganha o pão não se come a carne’”, avalia.(Foto: Gabriel Cabral/Divulgação)Mas como diz o ditado, depois da tempestade vem a bonança. Após 32 anos de um casamento monogâmico, ela resolveu se abrir para as novas experiências e foi, justamente, nesse momento, meio sem querer, que alcançou a maior vingança de todas: sair com um homem para cada ano que foi traída. E ainda narrou tudo em um diário virtual, que depois se transformou no livro 32 – Um Homem Para Cada Ano Que Passei Com Você (Da Boa Prosa/R$ 38,60/216 páginas), que está lançando.>
Cuidado“Inicialmente, o objetivo não era chegar ao número. Conforme as coisas foram acontecendo e eu ia, terapeuticamente, escrevendo, percebi que tinha muito conteúdo. Meu filho pediu para ler e viu que tinha um livro. Relutei um pouco, mas depois comprei a ideia”, revela a autora. >
O receio, entre outras coisas, era expor, além da sua vida, a das outras pessoas envolvidas. Por isso, criou pseudônimos para cada um dos protagonistas dos tórridos romances que descreve em cada página. “O meu cuidado foi preservar a identidade deles. Um deles brigou porque eu troquei o nome, ele preferia o nome original”, lembra e se diverte.>
A maioria, ela entrega em um breve perfil a cada capítulo, era casado e, assim como o seu ex, buscava apenas um caso. “Primeiro que alguns eu nem sabia que eram casados. Como eu não tinha interesse em me envolver, queria apenas bons momentos, aprender, conhecer, senti também a leveza de saber que não seria nada sério”, conta.>
Mas Isabel entrega no livro que pensou, com um deles, em manter um relacionamento. “O Marcos eu fiquei bem interessada, mas não se desenvolveu. E como eu já estava envolvida com o projeto, achava que não era hora. Eu não estava pronta, precisava me erguer, me reconstruir. Tem alguns com quem falo sempre, mas acabou a coisa sexual. Não mantenho relação com nenhum deles”, afirma.>
Para a capa do livro, a editora propôs a ideia de reproduzir com mulheres reais, também traídas, a icônica foto da filósofa francesa Simone de Beauvoir (1908-1986), no banheiro do seu amante Nelson Algren (1909-1981), feita pelo amigo dele, o fotógrafo Art Shay. São 32 versões que trazem na orelha do livro a breve história de cada modelo.>