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Caso foi registrado por volta das 21h de quinta-feira (12) e assustou moradores
Wendel de Novais
Publicado em 13 de setembro de 2024 às 09:35
O ataque que incendiou um ônibus na noite de quinta-feira (12) na Avenida Gal Costa, no trecho que margeia o bairro de Sussuarana, em Salvador, foi uma ação planejada e violenta. O crime foi registrado por volta das 21h, quando passageiros e rodoviários foram obrigados a sair do veículo que foi alvo de criminosos que agiram rápido.
Tenente Coronel da Polícia Militar (PM-BA) e comandante do Batalhão Gêmeos, Reginaldo Morais conta que até 10 homens são suspeitos de participar do ataque executado em minutos.
"Nós tivemos informação que cerca de 8 a 10 homens, portando armas, fizeram vários disparos. Inclusive, nos vídeos que estão circulando, é possivel ter noção da ação ainda que só pelo som dos diversos disparos. Isso é uma estratégia que eles usam como uma forma de mostrar poder não só para o Estado como para os grupos rivais", fala o tenente coronel.
Quem estava por perto relata que durante todo o movimento para queimar o ônibus os criminosos não pararam de atirar, assustando ainda mais a todos.
Um homem, que prefere não se identificar, diz que não sabe como moradores conseguiram gravar os vídeos do atentado. "Só pode ser um povo que está muito longe porque era tiro o tempo todo. Na hora, só me escondi dentro de casa com medo de uma bala dessa me acertar. Como foi perto, o barulho era ainda mais forte. Quem estava aqui do lado não podia meter a cara ou o celular na janela para ver o que estava acontecendo", conta ele, que só soube do que de fato aconteceu uma hora depois, já com a presença da polícia no local.
Apesar do ônibus ter sido incendiado na Gal Costa, os suspeitos não precisaram de veículos para a ação. Isso porque o ponto de ônibus onde o veículo parou e foi abordado por traficantes fica a poucos metros da Rua Jota Silvestre, uma rua interna.
"Eles chegaram e saíram pelos becos que dão na Jota Silvestre. Fica muito perto mesmo do ponto e conseguem chegar rápido. Então, eles esperaram o momento em que estava tudo limpo [sem policiais próximos] e fizeram aquilo. Então, deu tempo de botar fogo, dar todos aqueles tiros e ainda sair sem encontrar resistência", fala uma outra moradora, que tem medo de dizer o nome.
Procurada para comentar o caso, a Polícia Militar informou que, quando os militares chegaram, os criminosos já tinham fugido. Além disso, a corporação confirmou que não houve feridos. Ao chegarem, os militares encontraram o ónibus já em chamas, acionaram o Corpo de Bombeiros e permaneceram no local realizando o isolamento.
Apesar de não haver feridos, paredes da Rua Jota Silvestre ficaram marcadas pelos disparos feitos no local. Até o momento, ninguém foi preso.