16 armas são apreendidas por dia na Bahia, mas saber origem delas ainda é desafio

Entre janeiro e a primeira quinzena de agosto deste ano, 3.460 armas foram apreendidas na Bahia. O número representa um aumento de 9% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram 3.174. Foram 51 fuzis - arma de fogo de alto calibre e uso exclusivo das forças armadas. Em média, foram 16 apreensões de armas por dia na Bahia. 

Os dados mostram ainda que nesse mesmo período foram 65 líderes do crime presos, sendo 42 deles através da Ficco e 23 através de outras forças policiais.

Os dados foram divulgados pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), nesta segunda-feira (19), durante coletiva de imprensa no Centro Administrativo da Bahia (CAB). O secretário Marcelo Werner, titular da pasta, celebrou as apreensões, mas admitiu que é preciso intensificar as ações para descobrir como as armas chegam aos criminosos. Neste mês, a Polícia Civil inaugurou a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) com esse objetivo. 

"A unidade é especializada para fazer investigação contra o tráfico e armas para entendermos como essas armas estão chegando ao território. Isso é feito para somar ao trabalho que já vem sendo realizado pela Polícia Federal", disse o secretário. Um desdobramento da operação Fogo Amigo, em julho deste ano, prendeu o capitão da Polícia Militar Mauro das Neves Grunfeld, suspeito de integrar organização criminosa especializada na venda de armas e munição ilegais para facções da Bahia, Alagoas e Pernambuco.

"Os números mostram que nós aumentamos a apreensão de armas de fogo através de operações de enfrentamento. Mas também precisamos entender a origem dessas armas e se há desvio de conduta de quem trabalha nessa área", completou o secretário. O balanço divulgado pela SSP-BA também ressaltou a redução de 13,8% do número de mortes violentas registradas na Bahia. Foram 2.675 homicídios intencionais entre janeiro e agosto deste ano, contra 3.105 no mesmo período do ano passado.

Foram, ainda, 3,5 toneladas de drogas apreendidas, 12 laboratórios de drogas desarticulados e 399 mil pés de maconhas erradicados no estado. O balanço inclui ainda 10.922 prisões realizadas neste ano na Bahia - um incremento de 3,5% em comparação com o ano passado, quando foram 10.556.