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Emilly Oliveira
Publicado em 4 de julho de 2023 às 05:15
Ao som da música É d'Oxum, o cantor Gerônimo Santana deu continuidade às celebrações pelo Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, com um show aberto ao público na Praça 2 de Julho, no Campo Grande, em Salvador, no final da tarde desta segunda-feira (3). >
Com as imagens do Caboclo e da Cabocla - representando os baianos que lutaram pela liberdade dos brasileiros - no local, uma multidão se reuniu para ouvir o eterno "mensageiro da alegria", como o cantor é conhecido, cantar e contar a história da Bahia por meio da música. >
Depois de pelo menos quatro anos se apresentando na programação da celebração do 2 de Julho, o show de Gerônimo já virou tradição. Corrente que ele não pretende quebrar tão cedo e se diverte mantendo. >
"A Bahia precisa saber o que ela é. Ouvir que a cultura afro é "ziguiriguidum" não quer dizer nada, é pão e circo. A gente tem história. Os verdadeiros heróis da independência foram os negros e indígenas. Foram eles que fizeram valer a guerra", disse Gerônimo, que antes de cada canção, contava um trecho dessa história para o público e apresentava os detalhes na música. >
O presidente da Fundação Gregório de Matos (FGM) ,Fernando Guerreiro, enfatiza a conexão de Gerônimo com a história da Bahia e a facilidade que ele tem de transmiti-la para o público. "Para mim, o hino de Salvador é'É d' Oxum, além disso, ele tem canções feitas para e sobre os caboclos", destacou Guerreiro. >
Para o sargento da Marinha, André Manchinha, 45 anos, outro hino do cantor é "Kirica na Buçanha". Durante o show, ele não perdeu tempo e gritou, da plateia, um pedido para que Gerônimo cantasse a canção e ele cantou. >
"Antes de ser militar eu sou músico e fã de Gerônimo desde pequenininho. Minha mãe me dava um caminhão para fazer de trio elétrico e eu fazia o boneco de Gerônimo como cantor. Isso há 35 anos atrás, e Kirica na Buçanha é um clássico, eu não poderia deixar faltar", contou André. >
Quem também tem história e foi a segunda atração do dia é o Baile da Independência. A festa, comandada pela orquestra sinfônica do Maestro Fred Dantas, já acontece há pelo menos 25 anos. Neste bicentenário, o grupo subiu ao palco acompanhado da cantora Irmã Ferreira e do cantor Mário Bezerra.>
A apresentação começou com o cântico do hino do 2 de Julho, mas logo embalou uma série de sambas-canção com arranjos feitos por Fred Dantas e interpretados pelos cantores convidados. As pessoas da plateia, que dançavam o axé de Geronimo sozinhas, puxaram seus pares para o baile. >
O casal de amigos Alfredo Coutinho, 79 anos, e Graça Veloso, 74, dominaram a pista de dança. Segundo eles, os dois já comparecem há tanto tempo que já perderam as contas. "Quando eu danço, quem dança é minha alma, por isso que gosto", justificou Graça. “Depois de tantos anos dançando, a gente só quer dançar mais”, destacou Alfredo.>
Motivação para isso foi o que não faltou, além de agitar o público, o Baile da Independência teve um momento especial, em que foram tocadas músicas em homenagem ao cantor e compositor Ailton Muniz de Jesus, o Muniz do Garcia. Ele é autor de sambas famosos nas rodas baianas, conhecido por escrever letras que são verdadeiras crônicas sobre a vida. >
“Há uma nata do samba da Bahia: Batatinha, Everaldo, Valmir Lima. Dessa geração, tem dois compositores que faltam ser revelados para o grande público, um é Guiga de Ogum e o outro é o nosso Garcia”, destacou o maestro Fred Dantas.>
As celebrações do 2 de Julho começaram no dia 29 junho e não param por aí. Até o dia 9 de julho, além do cortejo que acompanha a volta do Caboclo e da Cabocla, outras festas estão programadas para acontecer.>
PROGRAMAÇÃO>
Terça-feira (4)>
Quarta-feira (5) >
Quinta-feira (6) >
Sexta (7) >
Domingo (9)>
Terça (25)>
O projeto Bahia livre: 200 anos de independência é uma realização do jornal Correio com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador. >
*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo>