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29% dos usuários de 9 a 17 anos viveram situações ofensivas, que não gostaram ou chatearam na internet

Baianos relatam casos de ofensas e bullying virtual

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 24 de outubro de 2024 às 06:30

29% dos usuários da internet de 9 a 17 anos viveram situações ofensivas, que não gostaram ou os chatearam no meio virtual Crédito: Shutterstock

Que as crianças e adolescentes estão cada vez mais conectadas através da internet não é novidade, mas nem sempre essa conexão tem sido segura. Uma pesquisa apontou que apenas 8% dos responsáveis acreditam que a criança ou adolescente vivenciou alguma situação incômoda na web, mas a versão dos menores revela outra realidade: 29% dos usuários de 9 a 17 anos viveram situações ofensivas, que não gostaram ou os chatearam no meio virtual. Os dados são da TIC Kids Online Brasil, levantamento anual criado para gerar evidências sobre a utilização da web por menores de idade no país.

Entre os 2.424 jovens consultados pela pesquisa, 12% afirmaram que já foram tratados de forma agressiva ou desagradável e 42% disseram que já viram alguém ser discriminado. Uma dessas pessoas foi a estudante Maria Eduarda Santana, 16 anos, que relata já ter passado por diversas situações que a chatearam.

“A mais recente delas foi há uma semana, na rede social X (antigo Twitter). Uma pessoa que eu não detenho conhecimento de quem era me colocou em uma lista e usou palavras de extremo baixo calão para se referir a mim. Foi uma coisa que me chateou muito, porque eu não entendi o porquê daquilo, já que eu nunca proferi nenhuma palavra ruim para as pessoas na internet”, conta.

O publicitário Daniel Branco, 49 anos, viu a filha passar por uma situação semelhante, agravada pelo fato de serem pessoas conhecidas. “Em 2023, garotas da sala da minha filha de 14 anos fizeram stories com o intuito de humilhá-la. Foi muito difícil para nós, como pais, ver os efeitos que aquilo provocou nela. Mais difícil ainda para ela, com certeza”, garante.

“Levamos o fato ao conhecimento do colégio. Minha esposa entrou em contato com as mães de algumas das meninas envolvidas e isso bastou para que o bullying, pelo menos o digital, terminasse. Felizmente foi resolvido, mas deixou marcas, como era de se esperar”, lamenta.

De acordo com a advogada Tamiride Monteiro, presidente da Comissão de Tecnologia e Informação da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB-BA), em casos de bullying ou ofensas discriminatórias contra crianças e adolescentes cometidas por adultos, o primeiro passo é preservar as provas e procurar a Delegacia de Crimes Cibernéticos para fazer o boletim de ocorrência.

“O Estatuto da Criança do Adolescente já traz em seus artigos penalidade maior quando o crime contra a criança adolescente é feito em meio informático, sejam eles em redes sociais, computadores, jogos ou qualquer outro meio eletrônico que o valha”, ressalta a especialista.

Conforme a pesquisa, as meninas procuram mais os pais quando algo incomoda na internet do que os meninos – 52% delas dizem fazer isso sempre, contra 36%. A psicóloga Ingrid Nayan orienta que os pais e os jovens fortaleçam ainda mais o diálogo com os responsáveis quando se depararem com situações que os desagradem.

“Os pais precisam entender o que está acontecendo com essa criança ou adolescente, ver quem foi que a incomodou e como foi para, assim, serem tomadas as medidas cabíveis. Afinal, qualquer ofensa no mundo virtual também afeta uma criança que está no processo de formação de caráter e personalidades. Tem que haver conversas com os jovens para saber até que ponto isso os afetou, cuidado e acolhimento”, finaliza.