Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Editorial
Publicado em 24 de maio de 2024 às 05:00
As tragédias climáticas têm se tornado cada vez mais frequentes nos últimos anos. As enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, que já deixaram 163 mortos e 72 pessoas desaparecidas, reforçam ainda mais a necessidade que as cidades, os estados e os países têm de tomar ações urgentes e coordenadas para garantir a sustentabilidade ambiental.
Não há dúvida que no Brasil os eventos climáticos extremos estão se tornando mais comuns e intensos. Como mostrou a edição desta quarta-feira (22) do CORREIO, no ano de 2021, as chuvas intensas desalojaram mais de 470 mil pessoas em 165 municípios baianos, e deixaram 26 mortos. No mesmo período, a seca extrema levou 160 cidades da Bahia a declarar estado de emergência. Em apenas um ano, a Bahia enfrentou pelo menos cinco ondas de calor, com temperaturas atingindo 40,8ºC em Ibotirama e 39,5ºC em Barreiras.
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que a Bahia foi o terceiro estado brasileiro com o maior número de casas destruídas por causa de eventos climáticos. Foram, ao todo, 84 mil residências danificadas ou destruídas entre 2013 e 2023. Os números e os casos mostram que adotar políticas robustas de sustentabilidade tornou-se crucial. Reduzir a emissão de gases poluentes é um dos passos fundamentais. Além disso, o planejamento urbano deve ser adaptado para suportar e minimizar os impactos desses eventos. Medidas como a melhoria da infraestrutura de drenagem, o incentivo à energia renovável e a promoção de construções resilientes são essenciais.
Como bem observou o governador do Pará, Helder Barbalho, não há muro para a crise ambiental, e as tragédias ambientais atingem a todos. Durante o III ESG Fórum Salvador, promovido pelo CORREIO e Alô Alô Bahia, Helder Barbalho ressaltou que a situação no Rio Grande do Sul representa uma nova normalidade à qual a sociedade deve estar preparada. Ele enfatizou ainda que considerar esses eventos como casos pontuais é ignorar a ciência e as mensagens recorrentes que o meio ambiente tem transmitido.
A crise climática já está aqui, e os seus efeitos são devastadores. A adoção de práticas sustentáveis não é mais uma opção, mas uma necessidade urgente. Somente através de ações coordenadas e decisivas podemos esperar um futuro onde tragédias como as que temos vivenciado sejam evitadas.