ASMA

Asma pode matar e requer cuidados; saiba como evitar

Tratamento inadequado aumentam as chances de mortes em crises

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  • Gilberto Barbosa

Publicado em 7 de maio de 2024 às 07:15

Bombinha serve de apoio para asmáticos
Bombinha serve de apoio para asmáticos Crédito: Shutterstock

A falta do tratamento adequado para casos de asma pode desencadear crises graves no paciente, podendo levá-lo até à morte. Segundo especialistas, o acompanhamento com o pneumologista e o uso de broncodilatadores são necessários para manter o controle da doença. Mais de 800 pessoas foram internadas na Bahia devido a problemas com a doença somente neste ano. Ao todo, 66 delas não resistiram e morreram.

“O paciente vai a óbito quando não faz o tratamento correto para asma. As crises são extremamente preveníveis, mas precisa da regularidade do acompanhamento. No entanto, a adesão no Brasil é muito baixa, com apenas 35% dos pacientes mantendo o contato com os médicos”, afirma a pneumologista Larissa Voss.

O tratamento da doença é feito através de corticoide inalatório, através das conhecidas ‘bombinhas’. O tratamento varia de acordo com a severidade da doença, com a necessidade de associação a outros medicamentos em casos mais sérios. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece dois medicamentos para asma grave: Omalizumabe e Mepolizumabe, administrados por via subcutânea.

“Apesar de serem distribuídos gratuitamente, os medicamentos devem ser recomendados por um pneumologista após uma avaliação extremamente criteriosa. Em casos mais leves devem ser administrados os corticoides inalatórios que atuam na região inflamada e possuem um efeito colateral mínimo”, segue.

A jornalista Ana Virginia Vilalva, 39 anos, usa o medicamento de asma desde os 13 anos. Ela conta que mantém acompanhamento com um pneumologista e usa o medicamento quatro vezes ao dia para o controle da doença.

“Eu tive uma infecção respiratória logo depois do meu aniversário de 21 anos. Eu não conseguia respirar direito e passei duas madrugadas tossindo muito e fui para a emergência. Eu também fumava na época e parei em seguida. Eu tive outra com 26, mas essa foi mais bem controlada".

O biomédico Jefferson Monteiro, 32 anos, convive com a asma desde o nascimento. Ele conta que ficava internado com frequência devido às dificuldades respiratórias causadas pela doença. “Uma vez eu estava em um ambiente aberto e fiquei com falta de ar. A sensação era de estar em um lugar abafado, tentando buscar o ar e sem conseguir. É angustiante, porque eu queria respirar e não conseguia. Meus amigos perceberam a crise e me deram uma bombinha rápido, aí a crise baixou”, diz.

Ele conseguiu controlar a asma e reduzir as idas ao hospital. Ele conta que sua mãe também tem problemas com a doença, necessitando de uma atenção mais cuidadosa.

“Ela ainda usa os medicamentos. Houve uma crise que ocorreu em casa, que ela tomava a medicação e não surtia efeito. Nós fomos ao médico e percebemos que a oxigenação estava baixa, a saturação tinha caído e ela estava com muita dificuldade de respirar. Eles administraram o balão de oxigênio e internaram ela direto na UTI”, finaliza.

Em casos de emergência, a pneumologista recomenda que os pacientes tenham broncodilatadores [bombinhas] com as substâncias salbutamol ou fenoterol, usadas como medicação de resgate em crises asmáticas.

“É importante sempre ter esse medicamento por perto, porque a crise pode ser súbita, grave e fatal, com risco de o paciente não conseguir chegar vivo ao hospital. Caso não haja melhora após , é necessário ir urgentemente a uma unidade de saúde para ser atendido e tomar uma medicação venosa”, encerra.