Bahia é o quinto estado com mais separações; veja a média de duração dos casamentos

Duração das uniões diminuiu quatro anos no estado

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 28 de março de 2024 às 05:30

 Em 2009, a média era 18,5 anos
Em 2009, a média era 18,5 anos Crédito: Reprodução/Shutterstock

Os baianos ficam, em média, 14 anos e 9 meses juntos antes de se separarem. O tempo de duração das relações amorosas é o sétimo maior do país, de acordo com as Estatísticas do Registro Civil, reveladas na quarta-feira (27). Mas o tempo de convivência dos casais baianos diminui com o passar dos anos. Em 2009, por exemplo, a média era 18,5 anos.

Além dos casamentos durarem menos, a pesquisa revela que os divórcios estão mais comuns. Entre 2021 e 2022, houve incremento de 4,4 mil separações - o segundo aumento mais significativo do país. Com 23.712 divórcios, a Bahia aparece em quinto lugar no ranking, atrás de estados mais populosos, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

“A Bahia teve dois anos de aumentos muito intensos no número de divórcios, em 2021 e 2022, em mais de 20%. É possível que tenha tido um represamento na pandemia, já que em 2020 o número de separações sofreu queda”, analisa Mariana Viveiros, supervisora do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou os dados.

Por trás dos números, existem histórias de pessoas que abrem mão de relações duradouras por diversos motivos. No caso de Pedro (nome fictício), 33, que mora em Salvador, o casamento ficou insustentável. Depois de sete anos, ele e a esposa decidiram se separar, e a maior preocupação foi como cuidar duas filhas crianças.

“Uma separação nunca é tranquila, mas tivemos uma maturidade até maior do que eu esperava, por conta das crianças. Como tínhamos consciência sobre a relação financeira um do outro, foi mais fácil decidir como dividir todos os custos”, diz. O casal decidiu se separar em novembro do ano passado.

Para além da parte prática, o lado emocional foi abalado. As filhas ficaram sob guarda da mãe, que mora em uma cidade no interior do estado. “Eu sempre quis ser pai e, de início, a sensação que tive foi que estava abandonando minhas filhas. Mas, na verdade, a separação é uma tentativa de ser uma pessoa e pai melhor”, fala Pedro, que ficará com as meninas dois finais de semana por mês.

O crescimento percentual no total de divórcios na Bahia (23%) ficou acima do verificado no Brasil como um todo, onde o número de dissoluções aumentou 8,6% frente a 2021, chegando a 420.039. Em Salvador, o aumento foi de 43%, atingindo a marca de 4.849.