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Bahia perde uma concessionária por dia em roubo de carros

Diariamente, 25 automóveis são subtraídos no estado

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 1 de maio de 2025 às 05:00

Carros
Carros Crédito: Reproduçao

Um total de 25 carros são roubados diariamente na Bahia, segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), pasta vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. O número é equivalente à capacidade média de veículos automotivos que ficam expostos em uma concessionária. Desse modo, é possível afirmar que o estado perde, por dia, uma concessionária em roubo de carros.

De janeiro a março deste ano, já foram registradas 2.264 ocorrências. Apesar de apresentar queda de 20% em relação ao mesmo período do ano passado, o número ainda acende o alerta pela alta incidência. Segundo Antônio Jorge Melo, coronel reformado da PM e especialista em segurança pública, esse tipo de crime acontece como um ‘meio’.

“O roubo e o furto de veículos tem duas modalidades: crime-meio e crime-fim. No caso do crime-fim, o veículo é roubado ou furtado para ser desmanchado ou negociado/trocado por drogas e armas na Bahia ou em outros estados”, explica. O crime-meio, por sua vez, corresponderia a prática de outros crimes através do carro roubado ou furtado.

Um homem de 43 anos, que preferiu não se identificar, vivenciou um pesadelo na manhã da última quarta-feira (30), quando foi surpreendido por um criminoso, no bairro do Imbuí. “Eu estava fazendo uma entrega na Rua Patativas e estava com o carro aberto para tirar a mercadoria e entregar ao cliente quando fui abordado. Um cara chegou atrás de mim, me xingou, mandou eu colocar toda a mercadoria para dentro do carro, entregar a chave e nem olhar para trás”, relata.

O episódio traumático ocorreu por volta das 11h50. A vítima agiu conforme ordenado pelo criminoso e se viu atordoado ao notar o que havia acontecido. Ele conta que tinha notado um carro rondando o local onde ele fazia entrega, mas não pensou que pudessem ser criminosos – o assaltante estava em dupla, que fazia cobertura para o comparsa de outro carro.

“Ele [o assaltante] saltou do carona e veio me abordar. Foi um susto. Fiquei sem saber o que fazer, porque uma coisa é ser roubado por alguém desarmado. Outra coisa é o criminoso estar com uma arma em punho. Um ser humano que faz uma coisa dessa com um trabalhador é marginal, mesmo. Imagina se essa arma dispara sem querer? Seria um prejuízo, e eu tenho família para cuidar”, diz.

Após se recuperar, a vítima acionou a polícia, passou as informações do carro e foi até a delegacia prestar queixa. Por volta das 13h, o carro foi encontrado da San Martin. A principal suspeita dos policiais é de que os criminosos queriam roubar apenas a mercadoria.

Insegurança

Para além dos alarmantes números diários de roubos, a Bahia registra, por dia, 17 furtos de veículos. Só neste ano, 1.562 carros foram furtados no estado entre os meses de janeiro e março. O número representa uma queda de 7,13% em relação a mesma época do ano passado.

Para Josimar Antunes, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros da Bahia (Sincor-BA), os dados não refletem a realidade. “A grande maioria das pessoas que são vítimas de assalto nem quer ir à delegacia prestar queixa. Então, os 25 casos por dia são apenas os casos comunicados. Há uma subnotificação, ou seja, é esses números são reais nas estatísticas da polícia. Devemos ter 30 ou mais por dia”, afirma.

Segundo ele, as regiões mais perigosas para proprietários de veículos, em Salvador, são os bairros de Brotas, Stella Maris e Pituba. Cada uma dessas localidades apresenta um alto índice de ocorrências de roubos e furtos. No caso da Pituba, que tem maior agito noturno, há ainda mais perigo, uma vez que locais movimentados à noite são vistos como locais fáceis para ação de criminosos.

O furto de carros acontece sem emprego de força e, em alguns casos, quando o motorista nem está por perto. Para se proteger de episódios do tipo, o especialista Antônio Jorge Melo aconselha a adoção de uma série de medidas. “É recomendado tomar cuidado com o local que estaciona, evitar ruas desertas e escuras, e, antes de parar para estacionar, observar o entorno para ver se está sendo seguido. Normalmente, os criminosos agem em dupla ou em trio. Outra recomendação é colocar dispositivos de segurança no carro”, elenca.

No que diz respeito à ação da segurança pública, o especialista aponta a necessidade de intensificação das blitzes e aumento da ação contra os desmanches. “Uma fiscalização mais rigorosa em ferros-velhos, em locais que trabalham com venda e compra de veículos usados [pode ajudar a reduzir esses números]”, finaliza.