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Bahia teve pelo menos 300 casos de metástase registrados só este ano

Para especialistas, quadro conta com subnotificações; entenda

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 27 de agosto de 2024 às 08:00

Em seis anos, foram diagnosticados mais de mil casos de câncer no Centro Municipal de Prevenção ao Câncer Romilda Maltez (CMPC)
A metástase acometeu pelo menos 301 pessoas na Bahia só em 2024, de acordo com dados do DataSus Crédito: Fátima Brandão/Arquivo

Os baianos que acompanham a cantora e empresária Preta Gil foram pegos de surpresa com a volta do câncer da famosa, que comunicou o diagnóstico de metástase no peritônio – gordura que envolve as vísceras, os intestinos, estômago, baço, entre outros órgãos abdominais – no último domingo (25). A condição, que é caracterizada como o processo pelo qual as células cancerosas se espalham do local de origem para outras partes do corpo, acometeu pelo menos 301 pessoas na Bahia só em 2024, de acordo com dados do DataSus, plataforma do Ministério da Saúde.

Os dados correspondem aos identificadores da neoplasia maligna secundária, expressão referente ao câncer com manifestação secundária – isto é, o câncer que se encontra em um órgão depois de já ter se manifestado em outro órgão do paciente, configurando metástase. A plataforma, no entanto, só dá conta de três tipos de metástase: a dos órgãos respiratórios e digestivos, a não especificada dos gânglios linfáticos e a de outras localizações.

Segundo os especialistas ouvidos pela matéria, por não incluir a metástase desenvolvida em outros tipos de órgãos, o número de casos não condiz à realidade. “É muito mais do que isso. Esse número, no Hospital Aristides Maltez, deve equivaler aos diagnósticos obtidos em duas semanas”, garante o oncologista Vinicius Carrera.

Em 2023, o DataSus registrou 1.262 casos da doença. Em 2022, foram 1.414. Nesses anos, a maior parte das pessoas acometidas, na Bahia, eram do sexo feminino. Contudo, de acordo com Vinicius Carrera, não há um perfil predefinido de pessoas que são mais propensas a desenvolver metástase. Ele explica que o que condiciona a doença é o diagnóstico. “Quando qualquer câncer é diagnosticado de forma precoce, a chance de ter metástase é menor. O câncer de mama, quando ele tem menos do que um centímetro, tem possibilidade pequena frente a um tumor de cinco centímetros”, pontua.

Apesar de ser acompanhado quase sempre por um prognóstico negativo, a metástase é considerada a fase mais perigosa do câncer, Marcos Lyra, que é oncologista clínico do Hospital da Mulher e Oncologia D’Or, diz que a metástase não é, necessariamente,o ponto final. “A presença de metástase, embora indique que o câncer está em uma fase avançada, não é uma sentença de morte. O impacto da metástase no prognóstico varia muito, dependendo de vários fatores como o tipo de câncer, o número, tamanho e localização das metástases, assim como características físicas do paciente e sua resposta ao tratamento”, aponta.

Vinicius Carrera concorda e complementa que, em alguns casos, é possível que o paciente consiga a cura da doença. “Hoje, existem algumas doenças oncológicas que, mesmo com metástase, conseguimos curar. É verdade que é exceção, uma vez que, na maioria das vezes em que há metástase, só tem como controlar a doença, mas existe algumas exceções. Inclusive, câncer de intestino, quando tem até três metástases apenas para o fígado, é possível curar uma proporção significativa”, ressalta.

*Com orientação da subeditora Monique Lôbo