Com geração de 1200 empregos diretos, parque aquático impactará na economia de sete cidades baianas

Além de Mata de São João, vai impactar na economia de Camaçari, Entre Rios, Esplanada, Conde, Jandaíra e Lauro de Freitas

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  • Perla Ribeiro

Publicado em 9 de dezembro de 2023 às 19:00

Construção de parque vai impactar na economia do Litoral Norte
Construção de parque vai impactar na economia do Litoral Norte Crédito: Divulgação

Com capacidade para receber até 7 mil visitantes por dia, o Hot Park Baía das Tartarugas, que será construído no Complexo Costa de Sauípe, no município de Mata de São João, a 76 km de Salvador, vai movimentar toda a cadeia econômica do Litoral Norte. A previsão é de iniciar a construção no ano que vem e que fique pronto em 2027. Como atenderá também no formato day use, os visitantes vão poder se hospedar em outros equipamentos da região, frequentar bares e restaurantes fora do complexo, comprar nas lojinhas, além de movimentar o comércio de serviços e o mercado de trabalho.

Questionado sobre números de geração de empregos que serão gerados com o novo equipamento, o diretor de operações da Aviva, empresa proprietária do complexo, Paulo Schneider foi cauteloso. “A gente está em fase de definição final de quadro fixo por posições. Vai ser uma série de pontos de venda de gastronomia, restaurantes, quiosques, tem a própria operação executiva, operação dos equipamentos, time de manutenção... “, lista.

Ele evitou cravar um número, mas o secretário de Turismo do Estado, Maurício Bacellar, adiantou os dados repassados pelo grupo Aviva à pasta. “Informaram que, quando estiver funcionando, o parque vai gerar 1200 empregos diretos e mais de 3600 indiretos”, disse. A expectativa de visitantes no parque é de 1,2 milhão de pessoas por ano. “O parque vai dar um incremento no faturamento deles de mais 12%. Ou seja, um faturamento de R$ 140 milhões”, acrescenta o secretário de Turismo do Estado.

Turismólogo e coordenador da Turisforte (Associação Comercial e Turística da Praia do Forte), Leandro Fiori, informa que há muito tempo o parque aquático é esperado pelo setor e que a expectativa é de que o equipamento irá fomentar mais ainda o turismo na região. “Vai colocar o destino ainda mais na vitrine para o já frequente público familiar da Praia do Forte”. Ele avalia ainda que o formato day use beneficia diretamente toda cadeia hoteleira de Praia do Forte, que conta com cerca de 1500 unidades habitacionais entre pousadas, hotéis e resorts, além dos cerca de 50 bares e restaurantes e todo comércio e serviços locais.

Praia do Forte é uma das localidades que deve ser impactada com o parque aquático
Praia do Forte é uma das localidades que deve ser impactada com o parque aquático Crédito: Divulgação/Turisforte

Desenvolvimento no entorno

O que deixa os associados da Turisforte animados é que, ao olharem os exemplos de outros destinos que possuem parques temáticos pelo Brasil, como Olímpia (SP), Aquiraz (CE), Rio Quente (GO) é visível o quanto a implantação desses equipamentos contribuíram para o desenvolvimento econômico de todo o seu entorno. Pro Litoral Norte, a expectativa é que essa fórmula se repita. “Acredito que o Hot Park vai atrair muito público de outros resorts da região da Linha Verde, porque eles estarão próximos de um dos maiores parques aquáticos do Brasil”, reforça o gerente geral de Entretenimento e Parques da Aviva, Oliver Krause.

O secretário municipal de Mata de São João, Alexandre Grassi, também está otimista. “A chegada do Hot Park vai movimentar muito a região, como aconteceu em Rio Quente, porque os turistas que vão conhecer o parque ficam nos hotéis do complexo, mas ficam também fora e isso consegue movimentar a economia de toda cidade”, afirma o secretário, que já está com viagem marcada para conhecer o Rio Quente Hot Park e ver, na prática, como ele impulsionou o turismo na região.

Grassi diz que, quando o Hot Park Baía das Tartarugas estiver em operação os turistas que preferirem não ficar no complexo Costa de Sauípe vão poder buscas hospedagens em Praia do Forte, Imbassaí, Diogo e na Vila de Santo Antônio. Ele informa que Mata de São João possui 9.710 leitos, distribuídos entre cinco resorts, hotéis e pousadas, fora as opções de casas para aluguel de temporada

O secretário de Turismo do Estado ressalta que a zona turística Costa dos Coqueiros é a que tem mais investimento previsto para serem feitos até 2030, chegando a US$ 1,2 bilhão. Segundo ele, o parque aquático de Sauípe é um dos principais investimento dessa zona turística. “O parque aquático tem um grande poder de atração de pessoas. Nossa expectativa é que, além da movimentação que trará para dentro do complexo, que tenha reflexo em toda zona turística da Costa dos Coqueiros”, avalia.

Bacellar usa o exemplo do parque mantido pela Aviva em Rio Quente, no estado de Goiás, como referência para a grande expectativa em torno da implantação do novo equipamento aquático. “Rio Quente tem menos unidades habitacionais do que em Sauípe, mas o faturamento deles é maior. Quando o tiver o parque aquático funcionando, será maior do o de lá”, aposta.

A expectativa da Secretaria de Turismo do Estado é que Camaçari, Mata de São João, Entre Rios, Esplanada, Conde, Jandaíra e Lauro de Freitas serão impactados com a implantação desse parque. “Isso vai gerar fluxo turístico nesses outros municípios, porque tem infraestrutura que corta toda a zona turística. O turista quando vai para um destino ele não quer ficar só ali no destino, ele quer circular nesse destino”, analisa.

Outra aposta é que o parque também vai contribuir para aumentar o tempo de permanência do turista no destino. Um estudo realizado pelo Observatório do Turismo mostrou que, após a pandemia, o tempo de permanência do turista nacional na Bahia aumentou em 40%. “Há um esforço grande para trazer um turista pra determinado destino. Quando ele está no destino, nosso esforço é para aumentar o tempo de permanência dele ali”, explica, reforçando que acredita que a implantação de um parque aquático contribui para isso.

*A repórter esteve em Sauípe a convite do grupo Aviva