VIOLÊNCIA

CV e BDM disputam o tráfico no Engenho Velho da Federação

Região é alvo de conflitos por ser um ponto lucrativo de vendas de drogas

  • G
  • Gilberto Barbosa

Publicado em 16 de janeiro de 2024 às 08:30

Engenho Velho da Federação
Engenho Velho da Federação Crédito: Marina Silva/CORREIO

Na última semana, o bairro do Engenho Velho da Federação, em Salvador, registrou diversos episódios de violência. A região é objeto de disputa de facções que atuam na capital baiana. Segundo o Instituto Fogo Cruzado, oito tiroteios foram registrados no local entre os dias 08 e 14 de janeiro, com dois mortos e dois feridos. No mesmo período do ano passado, não houve registros de tiroteios

O Engenho Velho da Federação é historicamente controlada pela facção Bonde do Maluco (BDM).  A principal área de atuação do grupo é a região da Lajinha. O Comando Vermelho (CV) controla a região do Forno, na entrada do bairro, e tenta expandir seus territórios no local. Segundo moradores, há rumores de que o grupo está trazendo integrantes do Rio de Janeiro para reforçar as investidas em Salvador. 

O sociólogo Luiz Cláudio Lourenço conta que o Engenho Velho é disputado por facções criminosas por ser uma região muito lucrativa. “Embora tenha o surgimento de novos grupos, eles estão sempre nas mesmas áreas. Esses locais são conhecidos e muito disputados. Por isso, geralmente correspondem as maiores taxas de homicídios”, afirmou.

No último domingo (14), um suspeito morreu após uma troca de títulos com policiais militares, na localidade conhecida como Beco da Rabada. Policiais militares contam que o batalhão foi informado de um ataque de traficantes da Lajinha (BDM) na região do Forno (CV). Ao chegarem na localidade, os policiais foram recebidos a tiros pelos criminosos. O homem atingido foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu. Ele portava uma pistola 380 e munições.

Uma moradora, que não quis se identificar, conta que as facções coexistem pacificamente na região durante a maior parte do ano. No entanto, em alguns períodos os tiroteios são constantes. “Geralmente os moradores percebem a tensão, então quando tem tiroteio, já tínhamos uma noção de que era uma possibilidade”, contou.