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Millena Marques
Publicado em 19 de março de 2024 às 05:45
Conhecido carinhosamente como dr. Zezito Magalhães, José Maria de Magalhães Netto foi um dos principais obstetras e ginecologistas da Bahia. Irmão mais velho do ex-governador Antonio Carlos Magalhães, o médico foi o 34º diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), entre 1984 e 1988, e secretário da Saúde do Estado em duas gestões sucessivas, de 1995 a 1998. Se estivesse vivo, celebraria seu centenário neste ano. Nesta segunda-feira (18), a Academia de Medicina da Bahia realizou uma sessão solene em homenagem ao obstetra. >
Nascido em Salvador em 16 de março de 1924, o filho de Helena Celestino de Magalhães e Francisco Peixoto de Magalhães Netto ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia (Fameb) em 1943 e formou na 132ª turma da unidade de ensino, em 16 de dezembro de 1948. Vinte anos depois, já era professor titular de Obstetrícia da instituição. >
A relevância do Dr. Zezito para o meio acadêmico é imensurável. Foi vice-diretor da Fameb entre 1980 e 1984 e, em seguida, dirigiu as maternidades Tsylla Balbino e a Climério de Oliveira (MCO). Foi membro da Academia de Medicina da Bahia e professor emérito da Fameb e da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). A aposentaria acadêmica aconteceu em 1992. >
Foram mais de 50 anos dedicados à Obstetrícia na Bahia e à defesa do parto natural e da amamentação. No final de 2001, um ano antes de sua morte, anunciou a indicação de uma unidade de saúde estadual para a interrupção de gravidez em casos de risco de morte ou estupro, mediante autorização judicial, conforme prevê a Lei. Embora sua principal preocupação fosse reduzir os casos de mortalidade materna, Dr. Zezito fortaleceu outras áreas da medicina. >
O médico obstetra apoiou diferentes frentes, como a implantação do núcleo de transplantes do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da UFBA. A missão de José Maria era clara para todos: melhorar as condições de Saúde ofertadas para o povo baiano. Isso quem disse foi o infectologista Roberto Badaró durante o velório do obstetra, em 2002. >
“Ele cumpriu toda a carreira acadêmica e estava dando dignidade à saúde na Bahia”, disse Badaró, um dos maiores especialistas em Aids do país e professor titular da UFBA, ao CORREIO. >
Zezito morreu aos 78 anos, em 2002, vítima de um infarto fulminante. Ele deixou a esposa, Zildete Magalhães e as filhas Heloísa e Helena Magalhães. Atualmente, o médico dá nome à ‘Mansão Professor José Maria de Magalhães Netto’, no bairro da Graça, e à ‘Maternidade de Referência Prof. José Maria de Magalhães Netto”, em Pau Miúdo.>
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro>