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De branco e com fé: fiéis lotam o Bonfim na tradicional Sexta-Feira da Gratidão

Nesta última sexta-feira do ano (27), turistas e baianos foram à Colina Sagrada agradecer e renovar os pedidos de fé

  • Foto do(a) author(a) Anna Luiza Santos
  • Anna Luiza Santos

Publicado em 27 de dezembro de 2024 às 10:34

Sexta-feira da Gratidão na Igreja do Bonfim
Sexta-feira da Gratidão na Igreja do Bonfim Crédito: Anna Luiza Santos/CORREIO

Vestir uma roupa branca, amarrar fitinha colorida no gradil, levar a sua fé e gratidão por 2024. É assim que foi marcada esta sexta-feira (27), a última do ano, na Igreja do Bonfim lotada por turistas e baianos que se deslocaram para a colina sagrada para celebrar a “Sexta-Feira da Gratidão”.

Na multidão, os fiéis se emocionaram e renovaram os votos para o próximo ano. Paulo Sérgio Lima Santos, de 63 anos, foi um dos devotos que chegou cedo, às 5h na colina. Se destacando no mar de trajes brancos, Paulo estava da cabeça aos pés com as cores do time do Bahia, revelando de longe que o futebol teve que ser aliado com a sua fé neste ano.

Paulo segue a tradição de estar na Sexta-Feira da Gratidão desde os 18 anos, mas em 2024 um motivo especial o levou à Colina. Ele conta que pediu para Senhor do Bonfim e Santa Bárbara que o seu time fosse classificado para a Libertadores. Como os santos realizaram o seu pedido, o pagamento da promessa foi vir a pé do Pelourinho e vestido 100% de tricolor para a Igreja do Bonfim.

Já pensando no próximo ano, Paulo não hesitou: “A promessa para 2025 eu já tenho, se o Bahia for campeão da Libertadores, vou fazer um caruru de 10 mil quiabos, pra alimentar todo o meu bairro.”

Em meio às pessoas de vestes brancas e com gratidão no coração estava Maiara Viana, de 38 anos. Nascida e criada em Salvador, ela relata que nunca conseguiu marcar presença na última sexta do ano no Bonfim por conta do trabalho, mas neste ano ela decidiu não deixar este dia passar sem se conectar com sua fé.

Maiara estava acompanhada da sua mãe e revelou o significado que esta sexta representa para ela: “A sexta-feira é sempre tão emblemática para nós baianos e essa específica representa a finalização de um ciclo e o fortalecimento das nossas forças para outro ciclo que vai iniciar”.

Maiara Viana na Igreja do Bonfim
Maiara Viana na Igreja do Bonfim Crédito: Anna Luiza Santos/ CORREIO

Questionada se era católica, Maiara respondeu com bom humor: “Sou baiana, sou fruto sincretismo. Não sou de nenhuma religião específica, mas tenho religiosidade. E estar aqui no Bonfim é reforçar essa fé do povo baiano, independente da religião”.

Comandando a missa da Basílica Sagrada Nosso Senhor Bom Jesus do Bonfim, o padre Edson Menezes aproveitou para relembrar que esta sexta também representa a celebração da vida.

“Cada um de nós tem motivos para agradecer pelo ano que está terminando. Apesar das dificuldades, do sofrimento, das injustiças, estamos aqui mantendo a tradição, agradecendo ao Senhor do Bonfim e celebrando a vida. Celebrar e comemorar a vida é um exercício que deve ser feito diariamente”, falou.

Sexta-feira da Gratidão na Igreja do Bonfim
Igreja do Bonfim estava lotada  Crédito: Anna Luiza Santos/CORREIO

Até o final do dia ocorrerá 13 missas na Basílica do Senhor do Bonfim, para os fiéis terem mais opções de horários. A primeira missa iniciou às 5h, contudo outras serão realizadas até às 18h. As cerimônias serão transmitidas ao vivo nas redes sociais da Basílica Santuário.

Celebração também no santuário de Dulce

Ainda no Bonfim, mas a 7 km de distância da Colina Sagrada, o Santuário Santa Dulce dos Pobres também estava repleto de devotos. Dona Marieta Neves, de 70 anos, foi uma das fiéis sentadas nos bancos da santuário agradecendo as vitórias que recebeu em 2024. Paulista visitando Salvador pela terceira vez, Marieta contou que o agradecimento desse ano foi a cura de um câncer de estômago que sua única filha conseguiu.

“Estar aqui na Terra de Irmã Dulce comemorando a vitória de uma batalha que não foi só da minha filha, mas também minha, é emocionante e me faz querer voltar aqui mais vezes para manter a minha fé na vida”, prometeu. 

Marieta ainda comentou que Salvador é terra de alegria e cabeça erguida. "Quero voltar aqui mais 500 vezes e em todas elas quero voltar feliz e com sorriso no rosto. Para agradecer ou para fazer pedidos, é no Bonfim que eu quero sempre estar para recarregar a minha religiosidade", confessou. 

*Com orientação da subeditora Monique Lôbo