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Pacientes precisam ser informados dos riscos, alertam dermatologistas sobre preenchimentos

Profissionais participaram em Salvador do 35º Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica neste domingo (27)

  • Foto do(a) author(a) Tharsila Prates
  • Tharsila Prates

Publicado em 27 de abril de 2025 às 17:13

 35º Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica, em Salvador
35º Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica, em Salvador Crédito: Divulgação

Dermatologistas reunidos em Salvador neste domingo (27) discutiram os riscos associados ao uso de preenchedores faciais e corporais e fizeram um alerta sobre a necessidade de protocolos cada vez mais seguros, durante o 35º Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica. O encontro serviu também para compartilhar novidades como o uso de bioestimuladores de colágeno, que não apenas preenchem, mas também promovem a regeneração natural da pele.

Casos recentes de celebridades que sofreram complicações graves após procedimentos estéticos reacenderam a preocupação com os riscos associados ao uso do PMMA (polimetilmetacrilato), silicones, hidrogel e outras substâncias. Lesões, inflamações crônicas e deformidades permanentes são algumas das consequências registradas em aplicações malsucedidas, que podem ser irreversíveis e impactar profundamente a qualidade de vida das pessoas.

Presidente do congresso, o dermatologista Paulo Barbosa defendeu que o debate sobre temas controversos é essencial para o avanço da especialidade. "Trazer essas discussões para um fórum científico qualificado ajuda a proteger o paciente e a orientar melhor a prática médica", avalia.

Ele reforçou ainda a importância do uso criterioso de preenchedores, alertando para os perigos do uso indiscriminado e conduzido por não médicos. “Se a pessoa vai se submeter a um procedimento invasivo, principalmente no rosto, tem que ter cuidado. Tem gente que nem pergunta que material está sendo usado pelo profissional”, afirma o médico.

O dermatologista Márcio Serra, que atua há décadas do tratamento de pacientes com HIV/AIDS, apontou que o PMMA, apesar da má reputação, ainda pode ser utilizado com segurança em situações muito específicas, desde que seja feito por profissionais habilitados. "O problema não é o material em si, mas seu mau uso", explicou.

"É fundamental que o uso do PMMA [polimetilmetacrilato] siga indicações precisas e criteriosas. O médico deve estudar bem o material, saber suas indicações, quando e como utilizar suas diferentes concentrações, e, acima de tudo, ter cautela e bom senso. É muto comum também não médicos falarem que usam PMMA, quando na realidade é silicone", alerta.

Eliandre Palermo, especialista em cosmiatria, lembra que pacientes precisam ser plenamente informados dos riscos antes de qualquer aplicação. “Quando você opta por dar a liberdade para o médico fazer um tratamento que está fora do que a Anvisa proporciona, não vai ser considerado uma vítima, mas conivente com uma prática ilegal”, ressalta.

‘Desarmonizações’

Com o Brasil entre os líderes mundiais em procedimentos estéticos, especialistas recomendam que pacientes busquem informações, exijam transparência dos profissionais e priorizem técnicas e produtos com maior margem de segurança. Entre os avanços da dermatologia estética, surgiram novas gerações de preenchedores faciais e corporais que oferecem maior segurança, naturalidade e durabilidade.

Além dos tradicionais à base de ácido hialurônico — ainda amplamente usados por sua biocompatibilidade e reversibilidade —, há novidades como bioestimuladores de colágeno, a exemplo da hidroxiapatita de cálcio e do ácido polilático, que não apenas preenchem, mas também promovem a regeneração natural da pele ao longo do tempo. Essas opções têm ganhado espaço nos consultórios por apresentarem menor risco de complicações graves e resultados mais harmoniosos, respeitando as características individuais de cada paciente.

" O que a gente viu nos últimos anos foi uma onda de exagero, com harmonizações faciais que viraram ‘desarmonizações’. A escolha do preenchimento deve priorizar sempre a segurança do paciente. Em muitos casos, alternativas como o ácido hialurônico, que é reabsorvível, oferecem vantagens importantes", destacou a dermatologista Eliandre Palermo. “Hoje, a gente está fazendo um resgate novamente dos tratamentos combinados, onde se consegue resultados cada vez mais naturais, uma beleza silenciosa. Naturalidade é a palavra”, arremata a especialista.

A dermatologista Bruna Bravo reforçou a preferência atual pelos preenchedores absorvíveis, que oferecem mais segurança e reversibilidade. Ela apresentou o bioestimulador de colágeno à base de ácido poli-l- láctico (PLLA). “É um tratamento natural que, quando injetado por um profissional habilitado, auxilia na produção de colágeno, melhorando a firmeza da pele, sem exageros, sem volumizar e sem alterar a fisionomia”, destaca.