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'Ele tirou uma vida tão preciosa para a gente', diz amiga de miss baiana morta no Paraná

O corpo de Raíssa saiu de Curitiba na noite de quarta-feira (11) e o velório aberto ao público estava previsto para começar a partir das 9h, em Paulo Afonso

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 12 de junho de 2025 às 11:35

Raíssa Suellen Ferreira
Raíssa Suellen Ferreira Crédito: Reprodução

Quando pensam em Raíssa Suellen Ferreira da Silva, 22 ano, as amigas lembram da jovem como uma pessoa dedicada, sonhadora e entusiasta de viagens. Natural de Paulo Afonso, no norte baiano, a jovem se mudou para Curitiba em busca de melhores oportunidades, mas foi assassinada pelo amigo de infância, o humorista Marcelo Alves. Amigos e familiares ainda tentam entender a tragédia. As informações são do G1 PR.

"Ninguém entende por que ele fez isso. Ele tirou uma vida tão preciosa para a gente. A família está sofrendo muito com isso. Tudo o que a gente quer é justiça", desabafa Vitória, amiga da vítima. A mudança para Curitiba aconteceu há três anos, por intermédio de Marcelo, que conheceu Raíssa quando ela tinha 10 anos e ainda morava na Bahia. A viagem que terminou na morte da jovem também foi sugerida por Marcelo.

Também amiga de Raíssa, Alexia Vanessa lembra que a jovem sonhava em ser atriz, modelo e cantora. Em 2020, ela conquistou o título de Miss Serra Branca Teen. "Ela queria buscar melhores condições de vida pra ajudar a mãe e a tia dela. Ir para a capital, né? Porque aqui na cidade a gente não tem a oportunidade de teatro. Foi por isso, então, que ela também fazia teatro em Curitiba. Ela queria também entrar em alguma escola de canto", detalha.

O corpo de Raíssa saiu de Curitiba na noite dessa quarta-feira (11) com destino a Aracaju, em Sergipe. De lá, será levado para Paulo Afonso, onde será velado. O velório, aberto ao público, estava previsto para começar a partir das 9h, no Ginásio de Esportes Luís Eduardo Magalhães.

Antes do corpo ser localizado, Raíssa ficou desaparecida por oito dias. De acordo com informações da polícia, ela foi assassinada no dia em que desapareceu, em Curitiba, e teve o corpo escondido em uma área de mata de Araucária, na Região Metropolitana. Marcelo Alves confessou o crime e indicou o local onde escondeu o corpo.

Marcelo Alves está preso desde a última segunda-feira (9) e confessou o crime. Na quarta-feira (11), a Justiça determinou a prisão preventiva. Segundo a polícia, o filho de Marcelo, Dhony de Assis, ajudou o pai a esconder o corpo de Raissa. Ele chegou a ser preso por ocultação de cadáver, pagou fiança e foi liberado. Em depoimento, o suspeito admitiu ter feito uma falsa promessa de emprego para a jovem para atrair a atenção dela. Antes de desaparecer, a jovem contou à família que se mudaria a trabalho para Sorocaba, em São Paulo, com a ajuda de Marcelo. As amigas que moravam com Raissa chegaram a ajudar a colocar os pertences dela no carro do humorista e se despediram.

Segundo a polícia, Marcelo inventou que havia uma proposta de emprego para poder levá-la até a casa dele e se declarar. Segundo a delegada Aline Manzatto, o suspeito contou que, no crime, almoçaram juntos e, em seguida, foram até a casa dele. Lá, ele teria se declarado apaixonado por ela, não foi correspondido e teria sido xingado por Raissa. Marcelo contou que matou Raissa estrangulada, usando uma abraçadeira plástica. "Ele disse que ficou com ódio e descontrolado, que pegou o fio de plástico e estrangulou a vítima, deixando ela num cômodo da casa e indo para outro. Dez minutos depois, ele retorna e a Raissa já está em óbito", falou a delegada.

Marcelo contou a delegada que enrolou o corpo de Raissa em uma lona e amarrou com fita adesiva. Disse ainda ter chamado o filho, que ficou desesperado e tentou convencê-lo a se entregar às autoridades. Mesmo assim, ainda de acordo com a delegada, ele colocou o corpo da jovem no porta-malas de um carro emprestado de um amigo e, com auxílio do filho, dirigiu até uma área de mata no município de Araucária, onde enterrou o corpo da vítima. Após confessar o crime, ele foi levado ao local e mostrou à polícia onde o corpo estava. A defesa nega que o crime tenha sido premeditado.

Um dia após a prisão, a delegada afirmou que as investigações indicam que a morte da miss foi premeditada pelo humorista. Ela apontou inconsistências entre o depoimento e as provas coletadas. Os laudos que vão apontar a causa da morte ainda não estão prontos. A investigação ainda busca descobrir a motivação do crime. Conforme Manzatto, o humorista demonstrou frustração diante da recusa de Raissa em se envolver romanticamente com ele. "Por isso, a Polícia Civil passa agora a tratar como feminicídio".

Advogado responsável pela defesa de Marcelo, Caio Percival diz que não houve premeditação do crime e que Marcelo matou Raissa por "violenta emoção". Disse, ainda, que Marcelo lamenta o caso e que colabora com a Justiça. Ele afirmou também que a informação sobre o enforcamento de Raissa por um lacre não é oficial, já que o laudo de necropsia não foi emitido. O advogado disse ainda que o fato do corpo ter ficado muitos dias enterrado pode prejudicar a autópsia.