Antes de financiar um imóvel, é comum que surjam algumas preocupações. Uma delas é quando a taxa de juros cobrada está favorável. Atualmente, a taxa está entre 10,49% e 11,49%.

Essa porcentagem corresponde ao valor que será destinado à instituição financeira que emprestou o dinheiro para o financiamento. A taxa do financiamento dependerá de uma análise de crédito individual e pode variar de instituição para instituição, explica a planejadora financeira Lai Santiago. 

Ela ressalta que, quando se trata de financiamento imobiliário, que normalmente tem prazos longos (de 360 e 420 meses), o ideal é buscar por taxas mais previsíveis. "As modalidades em que a taxa varia de acordo com a inflação ou com os juros da poupança podem fazer com que a sua parcela altere de valor sem aviso prévio. Isso fragiliza a sua vida financeira e traz instabilidade para o seu orçamento. O ideal é buscar pela taxa fixa ou taxa fixa + Taxa Referencial".

Segundo a especialista, outro ponto a ser considerado é que o Sistema de Amortização Constante (SAC) oferece mais vantagens. A tabela SAC é um modelo de pagamento no qual o valor das prestações é decrescente, cobrando menos juros no fim do processo. "Em especial se a pessoa realizar amortizações, o famoso 'pagar de trás pra frente'”.

Também planejador financeiro, Raphael Carneiro esclarece que a Selic, taxa básica de juros, está em queda, então a tendência é que a taxa de financiamento acompanhe esse declínio.

“Só que quem precisa de moradia não pode esperar muito um ‘bom momento’, porque tem necessidade. O que a pessoa pode fazer, caso financie em um momento de alta taxa de juros é, à medida que a taxa for caindo e que ela for observando que novos financiamentos estão sendo feitos com taxas menores, buscar portabilidade”, indica.

O especialista diz que é possível fazer a portabilidade do financiamento, ou seja, mudar de um banco para outro, desde que a taxa de juros seja menor no novo banco. “Você só consegue fazer a portabilidade se tiver benefício, redução do valor que você está pagando, então vale a pena”.

Lai afirma que é complexo determinar se é um momento ideal para financiar ou não, uma vez que isso depende muito mais do quanto o financiamento se encaixa na realidade de cada pessoa.

"Apesar de existir uma perspectiva de redução da taxa Selic, que leva à redução das taxas de juros dos financiamentos, o mercado imobiliário tende a se aquecer. Isso significa que você corre o risco de, ao esperar as taxas reduzirem, acabar se deparando com imóveis de valores maiores", explica. Lai reforça ainda que o que vai definir a escolha é a avaliação do contexto individual.