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Gilberto Barbosa
Publicado em 19 de abril de 2025 às 05:00
Um convite ao reconhecimento, à escuta e à valorização das identidades dos povos originários. Com esse mote, a exposição “Somos Indígenas” está sendo realizada na Estação Rodoviária. Quem passa pelo metrô, poderá ter um breve momento de reflexão na mostra, que segue até o dia 16 de maio. A visitação pode ser feita durante o horário de funcionamento do metrô, das 5h à 0h.>
Na exibição, os passageiros tem acesso a imagens e objetos que exploram as memórias, o cotidiano e outros elementos da cultura indígena. Além disso, QR Codes foram disponibilizados no metrô, dando acesso a diversos audiolivros com histórias dos povos originários. >
Quatro artistas são responsáveis pelas obras: Elis Tuxá, Vitor Tuxá, Yacunã Tuxá e Mamirawá. Para Elis, levar essas fotografias para o metrô representa a quebra de uma lógica que restringe a presença dos povos originários às reservas, livros escolares ou datas comemorativas. >
“É uma forma de dizer que nós não somos passado, somos o agora, somos memória em movimento e somos cidade também. Esses são retratos de um povo que resiste, mas também que canta, planta, festeja, sonha e se refaz. Eu espero que essa exposição rompa com o imaginário colonizado sobre os povos indígenas e mostre que resistimos, mas também reexistimos com beleza, alegria, criação e afeto”, afirmou. >
Vitor apresenta fotografias tiradas na aldeia Tuxá Kiniopará, em Ibotirama, onde nasceu. As imagens acompanham uma criança brincando com uma borboleta após muitas tentativas para conseguir capturá-la. Para o fotógrafo, o momento convida o público a relembrar uma infância que ainda é latente nas pessoas. >
“Eu espero que essas fotografias provoquem algo, seja um sorriso, uma lembrança, uma reflexão e que elas interrompam com respeito e delicadeza o cotidiano das pessoas. Essas imagens são sobre mim, sobre minha gente e sobre o mundo que eu quero habitar, com leveza, com genuinidade e com sensibilidade”, falou. >
Iniciada na quarta-feira (16), a exposição é uma ação conjunta da CCR Metrô Bahia, que administra o modal, em conjunto com as secretarias de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi) e de Desenvolvimento Urbano (Sedur). Para Rodrigo Rainer, gerente de comunicação da concessionária, a ação reforça o metrô como um espaço de convivência e promoção da diversidade cultural. >
"O metrô é mais do que um meio de transporte, é um espaço democrático de convivência. Portanto, celebrar a cultura indígena dentro do nosso sistema é uma forma de reconhecer sua importância histórica e social, especialmente na semana em que comemoramos o Dia dos Povos Indígenas”, diz.>