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Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2024 às 16:41
"Estou tentando sobreviver, mas bem não estou. Agradeço a Deus e a minha família por estar viva", diz Raísa Santos, jovem de 19 anos que perdeu a visão de um dos olhos ao ser feita refém e baleada no bairro da Engomadeira, em Salvador. O ocorrido foi no dia 5 de agosto deste ano. >
Raísa Santos está grávida e perdeu a visão após ser atingida por tiro de estilhaços de bomba. Em entrevista à TV Bahia, nesta terça-feira (29), Luciana Santos, mãe da jovem, informou que Raísa foi atingida por um tiro de arma de alto calibre.>
A vítima afirmou que o sequestrador não usava uma arma desse tipo. Ela teve de retirar um dos olhos em procedimento e segue com a visão do outro olho prejudicada.>
Desespero>
A jovem descobriu a gravidez dentro do Hospital Geral Roberto Santos, onde ficou internada em estado grave desacordada devido aos medicamentos. Na ocasião, a jovem ficou refém do criminoso com seu filho, que na época tinha apenas um ano e três meses. >
"Os jogaram granada dentro da casa. Eu pedia socorro pela vida do meu filho. Era uma operação que podia ter dado certo, mas não deu. Quando o rapaz se rendeu, eu gritei que a gente iria sair. Eu estava bem ainda e enxergando. Eu fui atingida quando os policiais conseguiram entrar e não vi mais nada", relata Raísa.>
“Até hoje quando ele me vê chorar, ele também chora, por esse dia”, lembra.>
Raísa disse que ainda não conseguiu o tratamento adequado para cuidar da visão para o outro olho, em que ela consegue enxergar.>
"Eu fico preocupada como vai ser quando meu filho nascer. Quando eu saí do coma, os médicos deram chances, mas ainda não consegui esse tratamento", acrescenta a jovem.>
Investigação>
O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foi responsável pela negociação no dia 5 de agosto deste ano, quando um homem invadiu a casa de Raíssa, que estava com o seu filho. >
O suspeito foi identificado como Gilvan Dias Damasceno Santos, mais conhecido como Carrasco. Ele invadiu a casa por volta das 5h, fazendo mãe e filho reféns, no momento em que fugia da Polícia Militar. A polícia confirma que ele tentou escapar dos agentes, mas não informa qual o contexto da perseguição. Ele foi atingido por tiros, chegou a ser socorrido, mas morreu. >
"Em dado momento ele fez o disparo, segundo o interventor do Bope, contra Raíssa, e aí ela foi socorrida. [O Bope] teve que fazer intervenção, e ele foi baleado", disse o comandante Luciano Jorge, da 23ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Tancredo Neves).>