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Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2024 às 16:19
O engenheiro sanitarista e ambiental Sérgio Sacramento, 27 anos, fez um estudo sobre os impactos sociais e ambientais decorrentes da erosão em Menino de Jesus, em Candeias, onde ele mora. A casa dele ficava a 5 metros de distância do córrego, mas, agora, fica a menos de 1 metro da voçoroca. O problema surgiu em 2001, por conta do avanço do buraco a cerca que protege a casa precisou ser recuada algumas vezes. São 37 imóveis condenados. >
"Voçoroca é uma erosão, mas em um estágio mais avançado, é quando ela já alcança o lençol freático devido a profundidade. O problema foi acumulando por conta do descaso. É um problema que só a esfera municipal não consegue resolver e precisa do apoio dos governos estadual e federal. >
A comunidade não tem coleta e nem tratamento de esgoto e, segundo o engenheiro sanitarista e ambiental, essa ausência de saneamento agrava a situação. Ele e outros moradores contaram que existe uma estação de tratamento da Embasa que fica alguns metros acima do local do acidente e disseram que o equipamento despeja água no local, o que intensifica o avanço da voçoroca. >
"Em época de chuva a gente sente esse impacto ainda mais forte. É preciso fazer um estudo de impacto do solo, porque não é possível resolver um problema sem saber a causa dele, entender porque o solo está se movimentando dessa maneira e quais são os fatores externos e internos que contribui para essa erosão", afirmou. >
Depois que os moradores deixarem as casas os imóveis serão demolidos e a área será interditada para evitar novas construções. Até a manhã desta quarta-feira, dez das 38 famílias registradas já tinham encontrado imóveis e entraram com o pedido para o recebimento de aluguel social. Candeias tem 29 áreas de risco. >
A Embasa foi procurada para comentar sobre a atuação de estação de tratamento na região e sobre a falta de rende de esgoto no distrito, mas ainda não se manifestou. >