Feriado da Semana Santa aumenta em até 60% o movimento em restaurantes da cidade

Estabelecimentos adaptam cardápio para agradar a clientela durante feriado religioso

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  • Larissa Almeida

Publicado em 28 de março de 2024 às 09:30

Bar e restaurante
Bar e restaurante Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil

Caruru, vatapá, moquecas, ovos de chocolate e bombons. Esses são alguns dos alimentos que representam a fartura e variedade do cardápio da Semana Santa na Bahia. Em Salvador, o feriado religioso impulsiona não apenas os mercados e docerias, mas também os restaurantes da cidade, que nessa época chegam a registrar aumento de até 60% no movimento de clientes, conforme conta Luciana Trindade, 57 anos, proprietária do Tia Lú Restaurante, localizado na Federação.

“Todas as sextas-feiras nós temos essa variedade de cardápio com outras proteínas que não incluem frango e carne. Então, por conta da tradição católica, muitos não comem carne nesse período por causa da Quaresma. Aqui, aumenta cerca de 50% a 60% o movimento em relação aos dias normais. Normalmente, atendo 100 a 200 clientes por semana. Na Semana Santa, aumenta muito quantidade de delivery, por conta de pessoas que pedem porções para comer em casa com a família”, relata.

Na Casa Midispache, situada no Engenho Velho de Brotas, o restaurante comandado por mãe e filha, Dona Mari e Géssia Oliveira, respectivamente, vê o movimento crescer em torno de 60% nessa época do ano. “O cardápio com dendê é um dos carros-chefes da casa e está disponível o ano todo. No entanto, durante a Semana Santa, o consumo aumenta significativamente. Afinal, na Sexta-feira Santa, Salvador cheira a azeite de dendê”, brinca Géssica.

Para agradar a clientela, o restaurante Nova Belles, que tem unidades na Pituba e no Santo Antônio Além do Carmo, preparou um cardápio com moquecas e bacalhau com molhos variados. De acordo com o gerente Bruno Neri Saffe, 34 anos, o restaurante que costuma atender 120 pessoas em dias normais deve ter crescimento de procura. “Estimo um aumento de 20% no movimento”, diz.

Já no restaurante Malicola, que funciona na Boca do Rio, o aumento da demanda de público é tanto uma certeza que o gerente José Machado, 35 anos, já está fazendo cálculo do provável faturamento. “Durante a Semana Santa, nossas vendas aumentam em 25% e trabalhamos com peixe o ano todo, incluindo o famoso bobó de camarão e o bobó de filé de camarão, que têm uma boa saída, assim como o arroz de coco”, conta.

De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 29% dos estabelecimentos operaram em prejuízo durante o mês de janeiro, a nível nacional. Segundo o presidente-executivo da entidade, Paulo Solmucci, o Carnaval ajudou a amenizar esse impacto e a expectativa é de que a Semana Santa, junto com o Dia das Mães e Dia dos Namorados, dê ainda mais alívio. A reportagem procurou a representação da Abrasel na Bahia para obter posicionamento sobre a expectativa deste feriado nos restaurantes do estado, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela