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Festa junina alegra idosos das obras de Irmã Dulce: 'O amor cura'

Em luta contra depressão e câncer, pacientes relatam como ações sociais ajudam a driblar dificuldades do dia a dia

  • M
  • Millena Marques

Publicado em 21 de junho de 2023 às 06:02

Quadrilha Renascer anima festa junina nas Osid
Quadrilha Renascer anima festa junina nas Osid Crédito: Marina Silva/CORREIO

Sensações de pertencimento e alegria não faltam aos pacientes das Obras Sociais Irmã Dulce. O caminho da roça trilhado por pessoas assistidas pelas Osid abrilhantou ainda mais o trabalho feito pela instituição. Nesta terça-feira (20), as quadrilhas Terecoteco, formada por pacientes com deficiência, e Renascer, composta por idosos acolhidos pela organização do Anjo Bom, fizeram um arraiá, com direito a coral junino e casamento arranjado, esbanjando carisma e tradição.

A iniciativa acontece há mais de 20 anos, com um único objetivo: proporcionar bem-estar e descontração aos pacientes e à comunidade osidiana. "A Terecoteco fomenta valores como a inclusão social, a diversidade, integração, participação e visibilidade dessas pessoas com deficiência. Essas pessoas devolvem uma coisa muito importante: calor humano, que aquece a nossa alma e nos traz só bons sentimentos. Isso, com certeza, é obra de Santa Dulce dos Pobres", disse o educador físico José Luiz Sobrinho, funcionário do Centro de Acolhimento à Pessoa com Deficiência e chamador da Terecoteco há 18 anos.

Se os colaboradores da Osid são impactados por meio dos projetos juninos, os integrantes das quadrilhas sentem a importância dos movimentos de maneira ainda mais intensa. Dinalva Xavier dos Santos é a prova disso. Debutando na Renascer, a rainha do milho teve o primeiro contato com as Obras ainda muito pequena, quando irmã Dulce dava início a um projeto que começou em um galinheiro e, anos depois, se tornou um dos maiores complexos de saúde pública do país.

Aos oito anos, Dinalva conheceu aquela que se tornaria a primeira santa brasileira. O encontro surgiu não por motivos de alegria, mas foi essencial para a vida da menina, que saía caminhando do bairro da Liberdade, ao lado da mãe e dos cinco irmãos, em busca de doação de alimentos no Largo de Roma. Aos 76 anos, ela comemora as ações da entidade.

“Olha onde eu vim parar. Eu participo de tudo. É uma alegria, uma felicidade. Se eu ganhasse na loteria, eu tirava todo o meu dinheiro para aqui [Osid]. Aqui, todo mundo é acolhido”, afirma.

Diagnosticada com depressão aos 17 anos e com câncer de tireoide, em 2018, Dinalva encontrou forças no Centro de Geriatria e Gerontologia das Obras Sociais, que é responsável pela organização da quadrilha Renascer. “Aqui, a gente se cura. O amor cura.”

Dinalva Xavier dos Santos, 76 anos, esbanjando alegria durante apresentação junina nas Obras SOciais
Dinalva Xavier dos Santos, 76 anos, esbanjando alegria durante apresentação junina nas Obras Sociais Crédito: Marina Silva/CORREIO

A experiência é tão contagiante que Araci Pinheiro, 78 anos, conheceu o núcleo em 2021, por meio da vizinha e assistente social do Centro de Geriatria, Cida Miranda, e, em uma semana, mobilizou as irmãs, Maria das Mercês, 70, e Ana Dulce, 74, para participar da Renascer. “A gente se sente valorizado. Nunca fui de gostar de dançar, nada disso. Hoje em dia eu danço. É muito bom”.

Os resultados positivos vão além da autoestima dos assistidos pelas Osid. Diabética, Araci revela que já esteve com a taxa de glicemia em 200mg/dL, o que representa nível alto de glicemia, com risco de comprometimento ao metabolismo de várias células. Atualmente, com as atividades propostas pelo centro, a professora aposentada costuma registrar uma taxa de 126mg/dL, número de classificação de pré-diabéticos.

“Os impactos são todos positivos. Em relação à saúde do idoso, do cuidado que nós temos com ele. Esse trabalho de socialização e lazer possibilita que eles possam se reconhecer enquanto pessoas idosas”, pontua Cida.

A cuidadora de idosos Rosângela Figueiredo Almeida, 52 anos, aponta a contribuição da Terecoteco para o bem-estar do filho, Bruno Figueiredo, 27, diagnosticado com rubéola, síndrome causada pelo vírus da rubéola, que transpõe a barreira placentária, podendo causar malformações anatômicas, neurológicas e até mesmo óbito do feto. “Ele gosta muito. A paixão dele é dançar. Ele não gosta de ficar parado, quando ele fica parado, ele fica triste. Ele gosta de movimentar o corpo.”

Bruno Figueiredo ao lado da mãe, Rosângela Figueiredo
Bruno Figueiredo ao lado da mãe, Rosângela Figueiredo Crédito: Marina Silva/CORREIO

Integrante da quadrilha Terecoteco há cerca de cinco anos, Bruno confirmou a alegria de participar do projeto junino. “Eu gosto de tudo. Aqui, a gente está em casa. A gente quer ficar feliz, a gente conversa”, pontua.

Além das quadrilhas Renascer e Terecoteco, que reúne pacientes do Centro Especializado em Reabilitação Irmã Dulce (CER IV) e moradores do Centro de Acolhimento à Pessoa com Deficiência (CAPD) da OSID, o Coral Santa Dulce, formado por idosos que assistidos pelo Centro de Gerontologia, também se apresentou no encontro, com um repertório de hinos juninos.

*Sob orientação da subeditora Monique Lôbo

Coral Santa Dulce
Coral Santa Dulce Crédito: Marina Silva/CORREIO