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Moyses Suzart
Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 17:27
Após oito anos de proibição, a tradicional Guerra de Espadas de Senhor do Bonfim dá um passo decisivo para voltar a acontecer de forma legal, regulamentada e segura. Nesta sexta-feira (19), foi assinado, na sede do Ministério Público do município, o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que estabelece as bases jurídicas e operacionais para a retomada da manifestação cultural, considerada uma das mais emblemáticas da cidade, que já poderá ser retomada no próximo São João, em 2026. >
O acordo foi firmado pelos promotores de Justiça Felipe Pazzola e Isabela Santana, pelo prefeito Laércio Júnior, pelo presidente da Câmara de Vereadores Ary Urbano, pelo comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Nivaldo Mascarenhas, além de secretários municipais e do presidente da Associação Cultural dos Espadeiros de Senhor do Bonfim (ACESB), Alex Barbosa. A assinatura marca um momento histórico ao reunir, em um mesmo documento, espadeiros, poder público e forças de segurança.>
Resultado de um amplo processo de diálogo, o TAC demonstra a possibilidade de conciliar tradição cultural, legalidade e responsabilidade. O documento deixa claro que não se trata de uma liberação irrestrita da prática, mas da construção de um modelo regulamentado, com regras definidas, fiscalização e critérios de segurança para que a Guerra de Espadas volte a ocorrer de forma organizada.>
Entre as principais exigências previstas no acordo estão a realização do evento em local previamente autorizado, a apresentação de um Plano de Segurança e Contingência, a presença de atendimento médico e brigadistas, além da atuação integrada da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e dos órgãos de saúde. Caberá ao Município garantir a infraestrutura necessária e fiscalizar o cumprimento das normas estabelecidas.>
Outro ponto central do TAC é a regulamentação dos artefatos utilizados. As espadas deverão ser fabricadas de acordo com normas técnicas específicas, com certificação regular e fiscalização do Exército Brasileiro, medida considerada essencial para reduzir riscos e assegurar a integridade dos participantes e da população.>
Com a assinatura do termo, a Guerra de Espadas inicia uma nova fase em Senhor do Bonfim. O desafio, a partir de agora, será avançar na certificação dos artefatos e consolidar um modelo que permita a preservação dessa tradição como patrimônio cultural, respeitando a legislação e priorizando a segurança coletiva.>
Acordo para liberação de espadas em Bonfim