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Rafael Rocha Autor(a) Convidado(a)
A 20ª Caminhada da Liberdade, evento em comemoração ao Dia da Consciência Negra e pela luta contra o racismo, foi realizada na tarde desta segunda-feira (20). A concentração teve início às 14h em frente à sede do tradicional bloco Ilê Aiyê, na Senzala do Barro Preto, no Curuzu, com o tema "A luta contra o racismo antes e depois do Ilê Aiyê". A tarde foi dedicada à celebração da cultura afro-brasileira, união e resistência.
Por volta das 15h30, o bloco Ilê Aiyê deu início à caminhada, seguido por outras entidades como Muzenza, Malê Debalê, Cortejo Afro, Os Negões e Ókánbí. Os blocos afro arrastaram uma multidão pelas ruas, percorrendo o circuito do Curuzu ao Pelourinho.
Os blocos afro têm desempenhado um papel fundamental na luta contra o racismo no Brasil. Para Jaucy Ju Bara, vocalista do Ilê Aiyê, a iniciativa desses blocos é de extrema importância para a expansão da cultura afro-brasileira e conquista de espaços. O Ilê Aiyê, em especial, é considerado o patriarca dessa história, sendo uma peça fundamental nessa trajetória de resistência e valorização da cultura negra.
A música e a cultura afro-brasileira desempenham um papel significativo na conscientização sobre o racismo. “As canções e poesias históricas da música afro-brasileira elevam a autoestima e estimulam o pensamento crítico, empoderando os negros e destacando sua importância na sociedade” disse Jaucy ao CORREIO.
A Caminhada da Liberdade não se restringiu apenas aos jovens, mostrando a diversidade presente no evento. Entre os foliões, destacava-se Dona Sônia Maria, uma mulher de 76 anos e deficiente física. Sua presença simbolizou a superação de barreiras e a importância da participação de todas as gerações na luta contra o racismo.
Dona Sônia compartilhou ao CORREIO a importância de sua participação na Caminhada da Liberdade. "Desde que eu nasci, eu ando caminhando em tudo o que me apresenta e em tudo que querem me levar. E com esse momento que enaltece o nosso povo, eu não poderia ficar de fora." Sua atitude carismática e entusiasmada inspirou a todos os presentes.
Um marco na luta contra o racismo, a 20ª Caminhada da Liberdade uniu blocos afro, comunidade e pessoas de todas as idades. A manifestação cultural e a conscientização promovidas pelo evento reafirmaram a importância de valorizar e respeitar a diversidade cultural e étnica, fortalecendo o esforço para construir uma sociedade mais justa.
*Sob a supervisão da subeditora Monique Lôbo