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Vitor Rocha
Publicado em 10 de dezembro de 2024 às 21:32
O lançamento do livro Iconografia Baiana na Coleção de Flávia e Frank Abubakir ocorreu nesta terça-feira (10), às 18h, no Hotel Fasano. A obra, organizada por Pedro Corrêa do Lago, da editora Capivara, conta com 269 registros dos séculos XVII ao XIX que destrincham a história da Bahia.>
O acervo pessoal do casal, junto há 30 anos, inclui raros óleos, aquarelas, sketchbooks, gravuras, livros ilustrados e mapas. Acionista majoritário da Unipar Carbocloro, Frank Abubakir destaca, entre os registros do livro, as pinturas a óleo de Giuseppe Leone Righini, que retratam a Salvador do século XIX.>
“Muito feliz de poder dar uma função pública à coleção. Os itens são tão raros que, de vez em quando, uma pintura aparece a cada cinco anos. Durante o processo, você nem sabe se vai conseguir juntar os itens necessários para construir uma coleção robusta”, declara.>
Um dos donos da editora Capivara, Pedro Corrêa do Lago afirma que o processo de organização da obra teve como aspecto essencial sistematizar a apresentação de forma a facilitar a leitura: “Nós fizemos uma separação por natureza da obra, então não misturamos o óleo sobre tela com o desenho, por exemplo, já que são técnicas diferentes. O mesmo vale para as gravuras e mapas”. >
O historiador e um dos autores do livro, Daniel Rebouças reitera que o material, a maior coleção privada de imagens da Bahia dos séculos XVII ao XIX, já nasce como uma referência incontornável: “É um livro que precisa ser conhecido, pois tem uma visualidade sobre a Bahia ainda não conhecida”.>
A paixão pela arte, segundo Frank Abubakir, vem desde a infância, e é um amor compartilhado pela família há muitas gerações: “Eu passei muitos anos da minha infância na Casa Gayer, casa dos meus avós que, inclusive, foi doada ao Museu Imperial por conta do vasto acervo. Foi um acervo que meus avós construíram ao longo de 60 anos. A convivência nesta casa me deu gosto”.>
O acervo dos Abubakir inclui obras como o livro Jornada dos Vassalos, escrito por Bartolomeu Guerreiro, que relata a reconquista de Salvador pelos portugueses após a invasão holandesa na Bahia em 1625. A coleção também ostenta o mapa criado pelo engenheiro Joos Coecke durante a ocupação holandesa de 1624. Também se sobressaem pinturas assinadas por artistas como Righini, Selleny, Grenier e Moreaux, Manley Hall Dixon e William Smyth.>