Menores, mas com suíte e garagem: como são os imóveis preferidos dos soteropolitanos

Tendências imobiliárias acompanham mudança no perfil populacional

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Publicado em 1 de abril de 2024 às 05:15

Prédios pituba
Imóveis de dois quartos correspondem a 47% das buscas em Salvador Crédito: Marina Silva/CORREIO

A pesquisa Radar Imobiliário mostrou que Pituba e Imbuí são os bairros preferidos de quem procura imóveis para comprar ou alugar em Salvador. Mais do que isso, o levantamento revelou o perfil das residências mais buscadas na cidade, formada por moradores que têm menos filhos e se divorciam cada vez mais.

Os reflexos das mudanças no perfil da população são acompanhados pelas tendências do mercado imobiliário. A pesquisa, que analisou anúncios publicados em três plataformas do Grupo OLX, mostra que as residências de dois quartos (47%), são as mais buscadas por soteropolitanos que querem comprar imóveis. Das buscas de fevereiro deste ano, 45% tinham preferência por uma suíte. 

O interesse por imóveis que têm entre 50 m² e 70 m² aumentou entre 2022 e este ano, saltando de 33% para 37%, segundo a pesquisa. A tendência é acompanhada pelos novos empreendimentos que surgem na cidade, como explica Moisés Pereira Gomes, advogado especialista em direito imobiliário e corretor de imóveis.

“Construtoras já entenderam que esse perfil preza mais pela funcionalidade dos imóveis em detrimento ao tamanho, e, para evitar confinamento dentro de um espaço pequeno, passam a oferecer maiores infraestruturas que abriguem os moradores dentro de seus condomínios com segurança”, explica. Em segundo lugar no levantamento, aparece os imóveis com metragem entre 70 m² e 100 m² (27%). 

As residências são menores porque as famílias também são compostas por menos integrantes. O número de bebês nascidos em Salvador foi o menor em 48 anos, em 2022, como revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao mesmo tempo, o número de divórcios cresceu 43% em comparação com o ano anterior, chegando a marca de 4,8 mil separações. 

O corretor Helton Dantas lembra que a procura por imóveis considerados médios é uma tendência global. “A diminuição da família é uma variável importante, são poucas as que têm quatro ou cinco filhos. A própria elevação de preço em determinados bairros ocasionou essa escolha”, diz. Imóveis que têm entre 150 m² e 250 m² são escolha de apenas 3% do público.

Além disso, as áreas de lazer dos condomínios, cada vez mais incrementadas, diminuem a necessidade de metragens maiores dentro dos prédios. “A inclusão de equipamentos externos ao apartamento, como piscina e áreas de lazer, provocam a sensação de que a morada não se esgota na unidade habitacional”, completa. Ter uma vaga de garagem corresponde a 53% das buscas, contra 30% do interesse por anúncios de imóveis sem garagem.