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‘Milícia’ de indígenas envolvidos na morte de mulher torturada na Bahia é investigada pela polícia

Parentes de cacique preso por tortura também cometeram homicídio, segundo investigações

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 17 de julho de 2024 às 05:30

Cacique da aldeia de Águas Belas participou de tortura em território vizinho, segundo a polícia
Cacique da aldeia de Águas Belas participou de tortura em território vizinho, segundo a polícia Crédito: Divulgação/PC

A morte de Miscilene Dajuda Conceição, 44, torturada na zona rural de Prado, no domingo (14), não foi o primeiro crime em que indígenas da aldeia Águas Belas estiveram envolvidos. É o que apontam investigações da Polícia Civil, que tem provas de que parentes do cacique Baia tenham assassinado um homem dentro da aldeia, em abril deste ano. O líder foi preso na segunda-feira (14), suspeito de participar da tortura que causou a morte de Miscilene, em um território vizinho. 

O cacique Baia, como Evail da Conceição é conhecido, integraria uma espécie de “milícia” formada por indígenas na região sul do estado, segundo as investigações. Familiares dele são suspeitos de terem matado, com tiros e golpes de faca, o também indígena Amarilson Conceição de Oliveira, no dia 6 de abril. Até hoje, ninguém foi preso pelo crime.

Segundo o delegado Moisés Damasceno, titular da 8º Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Teixeira de Freitas), a morte de Miscilene, no final de semana, não teve relação direta com o crime de três meses atrás. O elo entre os episódios, que ocorreram em aldeias vizinhas, é justamente o cacique Baia. 

“Parentes do cacique da aldeia Águas Belas praticaram o crime de abril [...] Sabemos que ele não é bem visto entre as comunidades. Segundo as informações é como se eles tivessem uma milícia que oprime as outras aldeias. Uma confusão política entre eles”, explica o delegado. Segundo Moisés Damasceno, a disputa não tem relação com conflitos de terra.

Além do cacique Baia, outros três homens foram presos pelo envolvimento na morte de Miscilene, na segunda-feira (15). A indígena foi vítima de agressões depois que a casa em que ela morava com o companheiro, Lucimar Rocha da Silva, 40, pegou fogo. Ele teria incendiado o imóvel acidentalmente, ao atear fogo em notas de dinheiro, após uma discussão do casal. Ambos viviam na aldeia de Corumbauzinho, que fica próxima de Águas Belas.

Quando o irmão de Lucimar, nativo de Águas Belas, soube da morte, se revoltou contra Miscilene e a ameaçou de morte. Na mesma noite do incêndio, ele e o cacique Baia torturaram a indígena e a mataram com um golpe de enxada. Antes de morrer, a vítima foi jogada nos restos queimados da casa. Os dois foram presos em flagrante, além do pai e do cunhado do cacique. A reportagem não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos.