DEPOIMENTO

'Moradores do Nordeste de Amaralina têm receio de falar conosco', admite capitão da PM

Capitão Leonardo Rodrigues foi terceira testemunha de defesa a ser ouvida

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  • Raquel Brito

Publicado em 6 de maio de 2024 às 17:07

Rua do Nordeste de Amaralina leva nome da santa
Rua do Nordeste de Amaralina Crédito: Paula Fróes

Terceira testemunha de defesa ouvida no julgamento da morte do menino Joel, o capitão da Polícia Militar Leonardo Rodrigues afirmou que a população do Nordeste de Amaralina tem receio de se aproximar dos policiais.

“Os moradores infelizmente acabam ficando reféns da criminalidade e evitam falar, especialmente conosco, policiais”, revelou durante depoimento prestado nesta segunda-feira (6).

O militar atuou no Nordeste entre 2006 e 2011, ano em que o menino Joel foi morto por uma bala que saiu da arma do ex-PM Eraldo Menezes de Souza.

O menino Joel chegou a participar de uma propaganda turística do governo do estado, no verão de 2009/2010
O menino Joel chegou a participar de uma propaganda turística do governo do estado, no verão de 2009/2010 Crédito: Reprodução

O tenente da Alexinaldo Santana Souza é o outro réu do julgamento.

Vivaldo Amaral, advogado de defesa, perguntou a Leonardo se ele acredita que a maioria das pessoas no Nordeste de Amaralina são pessoas de bem, ao que ele respondeu que sim.

Vivaldo perguntou também se existe foco de criminalidade atuante. “Sim, senhor. Quando eu cheguei em 2006, já ouvia histórias de lá”.

O capitão também comentou sobre o período em que trabalhou ao lado de Alexinaldo: “Perfil de um bom profissional que cumpre com suas obrigações”.

Vivaldo perguntou a Leonardo se Alexinaldo contou sobre o que aconteceu. “Na época do fato eu tinha acabado de me afastar. Ele não chegou a falar nada comigo sobre isso”, disse.

“Soube do caso através de outras pessoas. Soube que houve uma incursão com elementos armados, sem o pessoal saber que existiu uma criança baleada”, completou.