JULGAMENTO

'É uma dor', diz pai sobre ficar cara a cara primeira vez com acusados de matar o menino Joel

Júri popular acontece nesta segunda-feira (6), no Fórum Ruy Barbosa

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  • Bruno Wendel

Publicado em 6 de maio de 2024 às 09:19

Pai do menino Joel, morto em operação policial
Pai do menino Joel, morto em operação policial Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

O julgamento do caso da morte do menino Joel ganhou um novo capítulo nesta segunda (6). A data, além de marcar o começo do julgamento do ex-policial militar Eraldo Menezes de Souza e do tenente PM Alexinaldo Santana Souza, marcará o pai do garoto por outro motivo: é a primeira vez que o capoeirista Joel Castro ficará frente a frente com os réus.

"É uma dor de pai saber que aqueles elementos tiraram a vida do meu filho. Eu entrego a Deus, e que a justiça aqui dos homens seja feita", disse o capoeirista, confiante na condenação dos dois homens. Foi da arma de Eraldo que partiu o tiro que matou o menino. Já o tenente foi denunciado pelo Ministério Público porque estava no comando da operação.

O pai de Joel encarou esse momento doloroso com o suporte de parentes e amigos, além de organizações de movimentos negros. Todos amanheceram em frente ao Fórum Ruy Barbosa nesta manhã, para acompanhar o julgamento do caso que aconteceu há 13 anos, no bairro do Nordeste de Amaralina. Vizinhos também chegaram em um ônibus para prestar apoio.

O menino Joel chegou a participar de uma propaganda turística do governo do estado, no verão de 2009/2010
O menino Joel chegou a participar de uma propaganda turística do governo do estado, no verão de 2009/2010 Crédito: Reprodução

"Joel está na memória de cada um aqui, quando se fala deste fato. Eu não queria que ele fosse lembrado desse jeito, mas Deus sabe o que faz. Que esses homens sejam condenados", desabafou o pai do menino. Segundo o Tribunal de Justiça, a entrada ao júri será permitida ao público, mas fotos e gravações estão proibidos.

Para compor o júri, foram escolhidos cinco homens e duas mulheres. Além deles, foram convocadas outras 14 testemunhas, sendo quatro de acusação e 10 de defesa, cinco de cada réu.