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Alô Alô Bahia
Publicado em 10 de outubro de 2024 às 15:22
O jornalista José Carlos Teixeira, referência na imprensa baiana, faleceu nesta quinta-feira (10), aos 76 anos. Ele havia sofrido uma queda no último domingo (6), em Madre de Deus, e estava internado desde então. >
As informações sobre o velório e a cerimônia de cremação não foram divulgadas pela família, que confirmou a morte e agradeceu à equipe que cuidou do jornalista nos últimos dias.>
“Com profunda dor, comunicamos a morte de José Carlos Teixeira nesta quinta-feira.>
Nossa família agradece aos amigos e colegas, que desde o primeiro momento se uniram a nós em orações e em uma corrente de solidariedade.>
Agradecemos à equipe do Hospital do Subúrbio, em especial a enfermeira Lídia, pelo atendimento cuidadoso e humanizado ao longo da internação.>
Informaremos em breve o local, dia e horário do velório.>
Joanna, João Pedro e Lenilde”>
Com uma carreira marcada por 55 anos de atuação, José Carlos Teixeira consolidou-se como um dos grandes nomes do jornalismo da Bahia.>
Nascido em 1947, na cidade de Ruy Barbosa, José Carlos era o filho mais velho de Horádia Teixeira, uma mãe solo, e cresceu com seus cinco irmãos em Feira de Santana. Foi lá que sua paixão pela leitura começou, na biblioteca municipal.>
Ele também envolveu-se em atividades teatrais e no movimento estudantil, posicionando-se firmemente contra a ditadura militar no final dos anos 1960, período em que dirigiu entidades estudantis e culturais.>
José Carlos formou-se em Estudos Sociais pela Universidade Estadual de Feira de Santana e começou sua carreira como repórter em 1969. Foi um dos fundadores e o primeiro editor-chefe do jornal Feira Hoje, um dos mais influentes veículos do interior da Bahia na época. Nesta época, casou-se com a professora Eliana Pitombo, com quem dividiu a vida por mais de 30 anos e teve os filhos Joanna e João Pedro.>
Mais tarde, formou-se em Comunicação Social pela Universidade Federal da Bahia e passou pelas redações de grandes jornais como Jornal da Bahia, Tribuna da Bahia e foi correspondente de O Estado de S. Paulo. Também chefiou a sucursal de O Globo em Salvador.>
Em 1982, lançou-se na política, candidatando-se a vereador em Feira de Santana pelo MDB, partido de oposição ao regime militar. Defendeu os direitos dos trabalhadores e a liberdade de expressão, temas que sempre nortearam sua atuação pública e profissional.>
Atuou como assessor de imprensa da secretaria estadual de Cultura, na época sob comando do poeta José Carlos Capinan, das prefeituras de Feira de Santana e de Itabuna, onde foi secretário de Comunicação.>
De volta às redações, trabalhou na TVE Bahia e no jornal A Tarde nos anos 2000, quando também atuou como professor de jornalismo da Unibahia.>
Especializou-se em Maketing Político pela Universidade Católica do Salvador. Trabalhou em campanhas políticas em cinco estados e atuou em uma campanha presidencial em Angola, país onde viveu e trabalhou por cerca de três anos.>
Nos últimos anos, José Carlos esteve à frente de projetos digitais, como o site Bahia Toda Hora, e escreveu para os portais Olá Bahia, Informe Baiano e Se Ligue Bahia. Autor de dois livros, “Dicionário de Mwangolê” e “Walmir Lima: um bamba da Bahia”, ele também participou do livro de ensaios “Memória em Movimento”, sobre a arte de Juraci Dórea. >
Atualmente, trabalhava na biografia do sambista Edil Pacheco e em uma coletânea de artigos recentes.>
Nos últimos 15 anos, viveu ao lado de sua companheira, Lenilde. Além dos filhos, deixa o neto Ícaro, a enteada Maria Isabel e inúmeros amigos.>