ASMA

Nem todo esporte é indicado para quem tem asma, alerta pneumologista

Melhora da capacidade respiratória é um dos benefícios da atividade física, mas é importante ter alguns cuidados

  • Foto do(a) author(a) Gilberto Barbosa
  • Gilberto Barbosa

Publicado em 7 de maio de 2024 às 10:00

Praticar esportes é bom, mas requer acompanhamento médico
Praticar esportes é bom, mas requer acompanhamento médico Crédito: Shutterstock

Aumento da capacidade respiratória, melhora na performance cardiovascular e na performance periférica dos músculos, reduzindo a sensação de falta de ar. Esses são benefícios da prática esportiva para pacientes com problemas de asma. A pneumologista Larissa Voss, explica que a atividade física é recomendada para todos que tenham a doença.

“Qualquer tipo de atividade é excelente para quem tem asma. No entanto, muitas vezes o paciente precisa controlar a asma e usar a medicação para só depois fazer o exercício. Em esportes como a natação, por exemplo, é importante avaliar com o médico, porque o cloro da piscina pode piorar a situação da doença”, alerta.

O biomédico Jefferson Monteiro, 32 anos, tem asma desde que nasceu. Para o tratamento da doença, ele utilizou remédios e fez fisioterapia da respiração. Após um médico recomendar a prática de atividade física, ele começou a praticar judô e jiu-jitsu, e viu sua vida mudar.

“Depois que eu comecei, não fiquei mais internado devido às crises de asma. Também aprendi a controlar a respiração e diminuí o uso dos medicamentos. Apesar de ainda cansar mais rápido do que as pessoas que não têm a doença, eu consigo competir em pé de igualdade”, conta.

“Quando eu vejo que estou me esforçando muito, eu paro com a atividade, faço o uso do medicamento, espero fazer efeito e retorno para a prática do esporte”, completa.

O engenheiro Vinicius Jesus, 24 anos, foi diagnosticado com asma ainda na infância. Ele fez uso constante da bombinha até os seis anos. Aos 10, ele começou a fazer aulas de natação, que ajudaram com os problemas respiratórios. No caso dele, o cloro não era um problema.

Vinícius (ajoelhado, de cinza) não abre mão de praticar esportes
Vinícius (ajoelhado, de cinza) não abre mão de praticar esportes Crédito: Acervo pessoal

“Com o tempo, as crises e a necessidade do uso da bombinha foram diminuindo. Recentemente eu fiz um exame de espirometria [que mede a capacidade respiratória] e o resultado não teve nenhum tipo de alteração”, conta.

Para previnir problemas com a enfermidade durante a atividade física, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) recomenda que pacientes com asma sigam as seguintes medidas: “Identificar os fatores desencadeantes da sua asma, ter disponível o medicamento orientado pelo seu médico para uso antes do esforço, atividade física, fazer aquecimento antes do exercício e finalizar sua atividade com um exercício de relaxamento”.

“Caso o paciente esteja sem o controle da asma, é importante reavaliar com o professor de educação física e pneumologista antes de fazer o exercício. Não adianta pensar em fazer uma corrida, por exemplo, além da capacidade respiratória porque pode acarretar uma crise mais grave”, finaliza Larissa.