Um novo vídeo que mostra a chegada de Edmar Santos Costa Moreira, de 38 anos, na Estação Acesso Norte foi divulgado neste sábado (20). O porteiro morreu no dia 6 de janeiro, após ser imobilizado por agentes da CCR Metrô. A causa da morte, no entanto, ainda está sob investigação.

Nas imagens cedidas pela concessionária que opera o metrô, Edmar aparece logo na entrada da estação com as mãos apoiadas no chão, segurando um saco em uma delas, e, ao tentar se levantar, cai de joelhos. Ele é auxiliado por outros dois passageiros e consegue erguer o corpo com dificuldade. Em seguida, ele começa a caminhar com o braço apoiado na moça que o ajudou.

Pouco depois, a imagem mostra um homem de camisa branca deixando um cooler no chão e indo embora. Edmar pega o material e deixa o local.

No recorte seguinte, Edmar aparece levando o cooler embora, em direção a um ônibus. Um homem não identificado corre na direção dele e os dois brigam na porta do coletivo. O material é arremessado no chão e os dois começam a se agredir.

Pouco depois, o homem que deixou o cooler no chão aparece, corre em direção ao ônibus e joga uma bagagem no chão. Um funcionário do metrô vai até o local e aciona os seguranças. O ônibus deixa local e os seguranças levam Edmar à força, com os braços colocados para trás. O vídeo é encerrado em seguida.

O vídeo cedido não é contínuo, ele possui recortes de diferentes câmeras, com diferença de poucos segundos entre uma cena e outra.

Segundo a CCR Metrô, o homem chegou a ser levado para uma unidade de saúde pelo Samu após receber os primeiros-socorros na estação. A informação ainda não foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde. 

Entenda o caso

O porteiro Edmar Moreira, de 38 anos, saiu de casa para trabalhar. Na Estação Acesso Norte, do metrô de Salvador, ele foi abordado e imobilizado por agentes da CCR Metrô. A suspeita da família é de que ele morreu após ter sido asfixiado e teve uma parada respiratória devido à abordagem. Como o caso está em investigação, a causa da morte ainda não foi confirmada.

A ocorrência foi por volta das 6h de 6 de janeiro. No entanto, os parentes só conseguiram confirmar o óbito 12 horas depois, às 18h, quando a irmã e o pai da vítima foram procurar Edmar no Instituto Médico Legal (IML) e identificaram o corpo.

Imagens mostram a chegada dos agentes de segurança da CCR Metrô. Eles levam Edmar para outro lado da estação, onde o porteiro resiste e acaba caindo no chão. Um dos seguranças algema Edmar e, em seguida, coloca os dois joelhos nas costas do rapaz. Ele fica por um minuto em cima do rapaz e só depois percebe que a vítima nao está mais se mexendo.

Um dos seguranças coloca uma luva e toca em Edmar, mas ele não reage. Cerca de 2min30s depois, um agente da CCR retira as algemas. Outro agente chega com uma cadeira de rodas, mas não usa. Outro segurança chega com uma maca, onde Edmar é colocado e levado para uma sala na estação. Do momento em que o porteiro parou de se mexer até sair na maca se passaram 10 minutos.

A CCR Metrô lamentou o caso e informou que o passageiro ingressou no terminal cambaleando e se envolveu em uma briga com um vendedor ambulante dentro de um ônibus. "Ao constatar a confusão, os agentes de atendimento e segurança se dirigem ao local e contêm o passageiro, acionando, em seguida, a Polícia Militar e o Samu", detalha.

Ainda de acordo com a concessionária, ao perceber que o passageiro teve um mal súbito, os agentes o conduziram para a sala de atendimento de primeiros socorros (APS), que conta com os equipamentos de reanimação e equipe treinada. Foi nesse local que o porteiro recebeu atendimento até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que foi acionado quando o passageiro estava em atendimento na sala de APS. Os agentes foram afastados do cargo.

A CCR informou ainda que instaurou um procedimento interno para apurar as circunstâncias da ocorrência e os agentes já prestaram depoimento à polícia.