Oposição fala em perseguição após governo federal vetar creches em Salvador

Seis documentos obtidos pelo CORREIO mostram que o governo federal recusou seis propostas apresentadas pela prefeitura de Salvador para a implantação de escolas pelo novo PAC

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Publicado em 14 de março de 2024 às 17:13

Após o governo federal recusar seis propostas da prefeitura de Salvador para construção de unidades escolares na capital baiana, a oposição criticou e falou em “perseguição” à cidade.

“O governo estadual e o governo federal estão perseguindo Salvador. A nossa querida Salvador, a nossa capital, na última segunda-feira, o ministro Rui Costa, ex-governador, faltou com a verdade. Ele informou à imprensa que Salvador não fez nenhuma inscrição para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Não é verdade. Salvador fez seis inscrições entre escolas infantis, creches e escolas de tempo integral. No valor total, se fossem aprovadas, de R$ 54 milhões. Mas todas, pasmem, as solicitações foram consideradas inabilitadas. Salvador não vai receber nenhuma obra com relação à escola do PAC. Agora, eu digo: se isso não é perseguição, que nome posso dizer? Não é perseguição ao prefeito da capital, é a perseguição, o maltrato à população da nossa capital”, afirmou o líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Alan Sanches (União Brasil), em uma publicação no Instagram.

Na última segunda-feira (11), o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que é responsável pelo PAC, esteve em Salvador para lançar o programa federal “Pé-de-Meia” com o ministro da Educação, Camilo Santana (PT). No evento, ele disse que a capital baiana não foi contemplada com projetos para erguer creches, porque a prefeitura não inscreveu no programa

Seis documentos obtidos pelo CORREIO mostram que o governo federal recusou seis propostas apresentadas pela prefeitura de Salvador para a implantação de escolas pelo novo PAC. Os textos desmentem a declaração do ministro.

As propostas feitas no ano passado foram registradas com os seguintes números - 26298010765/2023; 26298010803/2023; 26298010789/2023; 26298009709/2023; 26298010815/2023 e 26298010777/2023. Os documentos – inscritos no PAC – pedem entre R$ 4,3 milhões e R$ 13,7 milhões ao governo federal para a construção de creches, escolas infantis e escolas em tempo integral.

O deputado estadual Sandro Régis (União Brasil) também condenou a rejeição às propostas da prefeitura. “Lamentável a recusa do PAC em alocar recursos para construção de escolas e creches solicitadas pela prefeitura de Salvador. Não adianta fazer discurso de que cuida de gente, se na prática faz outra coisa. Quero crer que isso não seja perseguição política”, escreveu, nas redes sociais.

Líder do governo na Câmara de Salvador, Kiki Bispo (União Brasil) criticou o ministro por espalhar “fake news”. “Não quero acreditar que essa decisão tenha alguma coisa a ver com política. Mas é inadmissível que o PT tente espalhar fake news com esse tema. Agora, Rui e Marta (Rodrigues, vereadora do PT), além de pedirem desculpas pela mentira, deveriam vir a público para explicar ao povo de Salvador por que as propostas foram negadas”, afirmou.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Casa Civil disse que não vai se manifestar sobre o assunto.