Paralimpíada: escola de Salvador realiza atividade com alunos com deficiência

A ação foi realizada na Escola Municipal de Periperi, na tarde de quinta-feira (16)

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  • Gilberto Barbosa

Publicado em 16 de maio de 2024 às 21:46

'Paralimpíada' realizada na Escola Municipal de Periperi
'Paralimpíada' realizada na Escola Municipal de Periperi Crédito: Ana Albuquerque/CORREIO

Futsal, basquete e equilíbrio em corda podem ser ferramentas poderosas de inclusão e cooperação entre estudantes. A prova disso foi a realização da primeira edição da ‘Paralimpíada' da Escola Municipal de Periperi, em Salvador.

Entre os 900 alunos que estudam na instituição, 100 possuem algum tipo de deficiência. O projeto foi uma construção conjunta entre diretoria, professores e os discentes.

Para marcar a atividade, os estudantes criaram até um mascote para o evento: um coelho, que ganhou vida através da produção artística de um desses alunos. A escolha tem uma razão, afinal, esses mamíferos são amigáveis, diversos (estão organizados em 10 gêneros) e possuem uma visão excepcional, como aqueles que compreendem que qualquer inclusão enriquece os ambientes, especialmente nas escolas. A ‘Paralimpíada' estimulou a superação individual e mostrou que a cooperação supera qualquer competição.

Atuando no setor de educação inclusiva da unidade, a professora Fernanda Nunes explica o impacto desse tipo de evento para as crianças. "Esse é o momento das pessoas olharem de uma forma diferente para esses alunos. O espaço precisa ser aberto para eles, porque têm muito potencial, só que isso ficou suprimido durante muito tempo. Quando se trabalha com essas crianças, é perceptível a melhora na integração com os outros colegas. O relacionamento e a integração com as famílias também são otimizados, pois elas se sentem oportunizadas em participar ", esclarece.

Todo o ciclo de atividades foi desenvolvido através de um circuito para impulsionar habilidades de equilíbrio, precisão, além da coordenação motora e espacial dos jovens. A divisão das atividades entre o grupo foi feita a partir das dificuldades de cada estudante.

Durante a realização das provas, cerca de 50 estudantes estiveram atuando na quadra. Ao final do evento, todos foram premiados com uma medalha e um troféu pela participação positiva. “Essa paralimpíada existe dentro de uma proposta de jogos cooperativos de inclusão. Ninguém que competiu estava em busca de um primeiro lugar. Todos trabalharam juntos e ganharam a sua medalha. Além disso, trouxemos os outros alunos para dar suporte, unindo e fortalecendo o laço e a empatia entre eles. Esse é o nosso principal trunfo”, afirma o vice-diretor da instituição Jorge Augusto dos Santos.

A estudante Aline Batista, de 19 anos, tem deficiência intelectual e transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Ela participou dos jogos e garantiu uma medalha no final. Ao longo dos circuitos, a jovem foi acompanhada da mãe, Romina Batista, 50, que enfatiza a importância dessa ação para as famílias.

“Está sendo muito gratificante porque é uma coisa que nós, que somos mães de pessoas com deficiência, almejamos. Queremos que haja uma inclusão de nossos filhos em todos os aspectos e que eles se sintam bem, acolhidos e acreditem que podem participar e fazer tudo que sentirem vontade. Nós ficamos felizes porque, antigamente, não tínhamos essa chance", reconhece Romina.

“Eu gostei muito de tudo. Fiquei muito feliz em ter jogado futebol e ter ganho a medalha”, completa Aline.

Aline recebeu uma medalha no final do evento
Aline recebeu uma medalha no final do evento Crédito: Ana Albuquerque/CORREIO

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela