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Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2024 às 10:54
A Polícia Federal, em conjunto com a Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social do Ministério da Previdência Social, deflagrou uma operação contra fraudes em empréstimos consignados, na manhã desta quarta-feira (21). Os empréstimos eram realizados sem o conhecimento dos beneficiários do INSS. Estão sendo cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária nos municípios de Ubaíra e Mutuípe. >
Segundo a PF, as investigações da Operação Unlocked, começaram há cerca de quatro meses, quando se identificou que estava ocorrendo um grande número de desbloqueios de benefícios previdenciários para realização de empréstimos consignados na Agência da Previdência Social em Ubaíra. Foram identificados mais de 8 mil desbloqueios no período de um ano.>
Ao longo das investigações, detectou-se que uma estagiária da agência era quem estava promovendo os desbloqueios em massa dos benefícios, sem observar as normas internas do INSS e sem anexar nos sistemas os documentos de identificação do suposto requerente. >
Além disso, os pedidos de desbloqueio eram feitos sem o conhecimento dos titulares dos benefícios, sendo que, em vez de anexar no sistema do INSS uma cópia do documento de identificação com foto do beneficiário, a estagiária anexava uma fotografia de um pinguim. >
Segundo a PF, a lista com os nomes e documentos dos beneficiários era encaminhada por uma agente financeira do município de Mutuípe/BA. Diariamente, ela enviava para a estagiária uma lista contendo dezenas de nomes, números de benefício e CPFs para que a estagiária realizasse os desbloqueios, mediante contraprestação financeira.>
Após essa etapa, outros membros do grupo, em variados locais do país, falsificavam a documentação do beneficiário para promover a abertura de contas bancárias e obter valores a título de empréstimo consignado. >
O nome da operação faz referência ao termo “desbloqueado” (“Unlocked”), na língua inglesa, representando a ação inicial do grupo criminoso para concretização das fraudes.>
Ainda segundo a PF, As investigações continuam para identificação de outros membros da associação criminosa responsável pelas fraudes. A quantidade de empréstimos fraudulentos realizados e os valores desviados ainda estão em apuração.>
Os envolvidos responderão pela prática dos crimes de estelionato, associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações, com penas que, se somadas, podem chegar até a 15 anos de prisão.>