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Pindorama: espetáculo apresenta a história dos povos indígenas nas escolas de Salvador

Voltada para o público infanto juvenil, peça conta a história de elementos da cultura ancestral do país

  • Foto do(a) author(a) Gilberto Barbosa
  • Gilberto Barbosa

Publicado em 16 de abril de 2025 às 05:45

Peça é apresentada pelo artista Caboclo de Cobre
Peça apresenta a história dos povos indígenas nas escolas de Salvador Crédito: Marina Silva/CORREIO

Unir contação de histórias, música, poesia e teatro para levar uma nova visão sobre a história dos povos originários e a formação do nosso país para o público infanto-juvenil. Essa é a proposta do espetáculo Pindorama - Antes de Se Chamar Brasil, apresentado até o próximo dia 29 de abril nas unidades da rede educacional soteropolitana PED.

A peça reconta a história de elementos da cultura ancestral do país, como o cacau, a mandioca ou a pipoca, usando elementos lúdicos para tratar de temas como meio ambiente, formação do Brasil, permanência e resistência dos povos indígenas. Também são apresentadas palavras da língua portuguesa com origem nas línguas jê e tupi-guarani.

“Tornar presente nas escolas temas acerca da cultura e história indígena é dar a nossa juventude a oportunidade de ter contato com a nossa própria história. E com a consciência desperta de quem somos, com certeza, nosso mundo será mais justo, inclusivo, ecológico e mais coletivo”, explica o artista Caboclo de Cobre (@caboclodecobre), idealizador do espetáculo, que conta com uma feirinha de artesanato como suporte do conteúdo.

Espetáculo conta com uma feirinha de artesanato
Espetáculo conta com uma feirinha de artesanato Crédito: Marina Silva/CORREIO

Realizado pelo grupo artístico Aldeia Coletivo, o espetáculo surgiu em fevereiro de 2016 e já passou por diversas cidades da Bahia e de outros estados. De acordo com Caboclo de Cobre, que é realizador do Circuito Areté, a ideia para Pindorama surgiu após ele ser provocado por um colega sobre como contaria as histórias que ouviu de seus ancestrais para o seu filho Acauã, na época, recém-nascido.

“Surgiu como uma tentativa de entregar algo para que ele nunca se esqueça de onde veio. Eu tenho como berço uma família que vivia da agricultura familiar e se dedicava ao cacau, mandioca, à casa de farinha e outras frutas crescidas naquele meio. Essas memórias eram tão vivas em mim, que escrevi o texto em três dias, ensaiamos por 18 dias corridos e estreamos em março, comemorando um mês de vida dele”, diz ele, que é natural de Itajuípe, no sul do Estado.

História dos povos indígenas é contada na peça
História dos povos indígenas é contada na peça Crédito: Marina Silva/CORREIO

As apresentações integram um grupo de atividades preparadas para o Dia dos Povos Indígenas (19). As primeiras sessões foram realizadas na unidade do Itaigara, na última segunda (14); na terça (15), foi a vez da unidade da Pituba. As próximas sessões ocorrerão no PED Education - Imbuí (24), PED Education - Cajazeiras (25), PED Education - Buraquinho (28) e Colégio Anglo - Lauro de Freitas (29).

Segundo Vítor Ribeiro, coordenador pedagógico das unidades Pituba e Itaigara, o convite ao Pindorama surgiu a partir de um trabalho realizado com os alunos sobre o cacau e a ligação do fruto com os povos indígenas.

“O intuito é que as crianças possam construir saberes sólidos a partir de espaço de vivência lúdica, onde eles possam aprender sobre os povos originários por uma outra perspectiva. As apresentações têm sido um momento ímpar onde percebo nos alunos a atenção pela história, a sede pelo saber e a felicidade de estar, ali, aprendendo. Eu tenho certeza de que isso agrega muito na formação deles”, pondera Ribeiro.

Já Caboclo de Cobre reforça a importância de levar as histórias do seu povo para as escolas: “A educação formal precisa reconhecer que há uma dívida, ou melhor, um déficit de conhecimento, de conteúdo mesmo, não somente sobre questões indígenas e ambientais na atualidade, como de bases profundas da nossa própria história como território/nação/país. Assim, se faz urgente se provocar num exercício de reencontro ou retomada de nossa história, a partir de uma cosmovisão indígena”, finalizou.

*Com orientação do editor Miro Palma