Praias de Salvador registram mais de 870 casos de afogamento em 2023

Piatã, Stella Maris e Itapuã lideram ocorrências, aponta Salvamar

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  • Larissa Almeida

Publicado em 23 de outubro de 2023 às 19:20

Salvamar
Salvamar Crédito: Bruno Concha/Secom

De 1º de janeiro a 23 de outubro de 2023, Salvador registrou 872 casos de afogamento em praias que correspondem ao trecho entre o Jardim de Alah, no bairro do Costa Azul, e Ipitanga, nos limites entre a capital baiana e Lauro de Freitas. A ocorrência mais recente foi computada neste domingo (22), quando três pessoas desapareceram na Pedra do Sal, em Itapuã. Duas delas foram resgatadas por salva vidas, enquanto um homem, identificado como João Neto Almeida, de 22 anos, continua desaparecido.

De acordo com a Coordenadoria de Salvamento Marítimo (Salvamar), as praias de Piatã, Stella Maris e Itapuã lideram o número de casos. São elas, inclusive, o cenário de cinco das sete mortes registradas por afogamento neste ano, ocorridas nos meses de janeiro, setembro e outubro.

Em relação a 2022, o número de afogamentos fatais em 2023 caiu mais da metade. De 1º de janeiro a 23 de outubro do ano passado, 16 pessoas morreram afogadas nas praias soteropolitanas. O número de ocorrências por afogamento também diminuiu, uma vez que 904 casos já tinham sido computados em 2022 nesse mesmo período.

Para Kailani Dantas, coordenador da Salvamar, a diminuição de mortes por afogamentos e ocorrências desse tipo em geral é resultado do trabalho preventivo e educativo promovido pela entidade.

“A gente busca formar uma sinalização de praia mais eficiente para que as pessoas consigam fazer uma comunicação visual e entender de fato o que cada bandeira sinaliza naquele momento e naquele local em que está instalada. A gente também faz diversas palestras. A Prefeitura vem apoiando a Salvamar com reforços positivos de agentes durante finais de semana e feriados, de modo que nós conseguimos fortalecer essa mão de obra humana na praia e reduzir os afogamentos”, ressalta.

Ainda, há a intensificação do monitoramento. Ao todo, 28 km de praias entre o Jardim de Alah e Ipitanga, além das ilhas de Maré e dos Frades, são vigiadas por profissionais. Já o Batalhão Marítimo tem 112 homens que atuam em toda a orla e possui postos no Porto da Barra, Farol da Barra, Praia da Paciência, Buração e Amaralina.

Aumento de casos em outubro

Apesar da diminuição na comparação com o número total de casos em 2022, a quantidade de casos de afogamentos no mês de outubro (104) deste ano em Salvador já é maior que o número de ocorrências desse tipo no mesmo período do ano passado (91).

No dia 12 de outubro, um homem, identificado como Celso Antônio de Queiroz Filho, de 47 anos, morreu afogado na praia da Boca do Rio, próximo ao Centro de Convenções de Salvador.

No mesmo dia, dois homens foram resgatados por policiais militares do Grupamento Aéreo da PM (Graer) no mar de Itapuã. O resgate foi realizado por policiais do Grupamento Aéreo da PM.

Segundo Kailani Dantas, para evitar novos episódios de afogamento é importante que os banhistas adotem medidas preventivas. Dentre elas, ele destaca a que considera primordial. “O principal cuidado e o mais importante é buscar tomar banho de mar sempre próximo a um posto salva vidas para que possam ter realmente uma praia salvaguardada por um dos nossos agentes”, afirma.

Ficar atento à sinalização é outra medida importante. Nas praias que tiverem bandeiras de cor verde, que indicam baixo risco de afogamento, o banho está liberado. Já as que tiverem bandeira vermelha, que representa risco alto de afogamento; amarela, que significa risco moderado de afogamento; e a bandeira roxa, que indica que o mar oferece perigo pela presença de animais marinhos, é melhor se manter bem longe do mar.