Professora se explica para Ufba após ser acusada de beneficiar PT

Renata Alvarez Rossi é acusada de usar a estrutura e recursos da instituição para beneficiar o Partido dos Trabalhadores

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Publicado em 16 de maio de 2024 às 21:54

Escola de Administração da Ufba
Escola de Administração da Ufba Crédito: Divulgação/Ufba

A professora da Universidade Federal da Bahia, Renata Alvarez Rossi, que é acusada de usar a estrutura e recursos da instituição para beneficiar o Partido dos Trabalhadores, encaminhou, nesta quinta-feira (16), uma nota de esclarecimento à Escola de Administração da Ufba.

No texto, ela afirma que “as supostas acusações não encontram lastro concreto no curso dos acontecimentos que envolvem a concepção e implementação do Curso Livre de Extensão Formação de Lideranças para a Democracia.”

A docente ainda diz que a direção da Escola de Administração, a Congregação, os pareceristas das propostas e professores, que integram o projeto, estão atuando de forma “absolutamente criteriosa e correta, com atenção ao atendimento às normas previstas pela universidade e legislações relacionadas ao tema”.

Ainda no documento enviado à Escola de Administração, Renata Rossi declara que o curso foi apresentado e aprovado pela instituição de ensino superior baseado em um projeto que mencionava a parceria com a Escola Luiza Mahin. Segundo ela, “não há fundamento na acusação de que a ‘Congregação da Escola aprovou o curso, sem minimamente saber do que se tratava de fato essa tal ‘Escola de Formação Política Luíza Mahin’”.

“Cumpre ressaltar que a Escola Luiza Mahin é composta por quadro de pessoas vinculadas a diversas organizações e movimentos sociais, com ou sem vinculação partidária que integram a sua diretoria e seu conselho. Ressalto também que o meu companheiro não é diretor da Escola da Escola Luiza Mahin, como a denúncia apresenta”, diz trecho da nota.

Renata ainda salienta que o projeto foi apresentado e aprovado pela Pró-Reitoria de Extensão, por meio do SIATEX, e pela Coordenação de Convênios e Contratos Acadêmicos (CCCONV). “A Escola Luiza Mahin, pela sua atividade relacionada a organizações da sociedade civil, atuaria como apoiadora da mobilização de pessoas da comunidade externa à UFBA de forma voluntária, isto é, sem nenhum tipo de remuneração ou repasse de recursos que tornasse necessário à sua condição ‘formal’ (aqui, entendo a informalidade anunciada na denúncia, como a ausência de CNPJ)”, acrescenta.

Além disso, a docente afirma que os recursos do projeto são gerenciados pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (Fapex) não havendo qualquer tipo de repasse para a Escola Luiza Mahin. Ela também pontua que participou dos quadros do PT durante “muitos anos”, mas que há “algum tempo não participa de forma orgânica das instâncias e não acompanha as atividades realizadas.”

O caso

Denúncia feita no Tribunal de Contas da União (TCU) e na Controladoria Geral da União (CGU) aponta que Renata Rossi, que ainda seria filiada ao PT, elaborou e apresentou o curso em questão no ano passado. O projeto é desenvolvido em parceria com a Escola Luiza Mahin, que no Instagram tem sido uma plataforma de divulgação do PT. Nesta rede social, há mensagens de parabenização, por exemplo, ao governador Jerônimo Rodrigues, a ex-presidente Dilma Rousseff e trechos de palestras de deputados estaduais, como Robinson Almeida e Marcelino Galo.

Em nota, a Escola Luíza Mahin diz que a denúncia é “raivosa e cheia de equívocos”. Também ressalta que o curso passou por todas as instâncias burocráticas da unidade federal. “A Escola de Formação Luíza Mahin não é, e nem faz parte, da estrutura do Partido dos Trabalhadores, ainda que no seu quadro tenha pessoas que exercem seu livre e inalienável direito de expressão política, pessoas, portanto, que são dos diversos partidos políticos e ainda pessoas que não tem filiação a nenhuma instituição política”, diz trecho da nota.