Professores das universidades estaduais da Bahia paralisam atividades nesta quinta (18)

Movimento pede reposição salarial

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Publicado em 16 de abril de 2024 às 10:42

Uneb ampliou formas de ingresso na instituição
Uneb ampliou formas de ingresso na instituição Crédito: Divulgação

Os professores da Universidades Estaduais da Bahia (Uneb, Uefs, Uesb e Uesc) vão paralisar as atividades acadêmicas, em todo o estado, por 24h, na próxima quinta-feira (18). A Frente Única de Servidores Públicos Baianos também aderiu à paralisação. Uma das principais reivindicações da Frente Única de Servidores Públicos é a abertura da mesa de negociação para reajuste salarial.

A manifestação terá concentração às 9h, em frente à Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Segundo a categoria, o conjunto do funcionalismo público, desde 2015, acumula perdas salariais em decorrência do não pagamento da reposição inflacionária anual. Para algumas categorias, isso representa a perda de aproximadamente 50% do valor de compra do salário.

"Além disso, o governo estadual ataca os direitos trabalhistas da categoria; avança no desmonte do Planserv; não aumenta o valor do vale refeição, entre outros problemas", acusa os sindicatos. A reportagem solicitou nota com esclarecimentos sobre as acusações para a Secretaria de Educação e aguarda retorno. 

Saiba as reivindicações

Segundo a Coordenação da Associação dos Docentes da Uneb (Aduneb), o Movimento Docente das Universidades Estaduais da Bahia (Uebas), também intensificará a reivindicação da pauta 2024. Neste ano, os eixos são reposição salarial; direitos trabalhistas; financiamento; e autonomia financeira, administrativa e acadêmica.

O Coordenador Geral da ADUNEB, Clóvis Piáu, afirma que desde o início do governo de Jerônimo Rodrigues, os docentes buscam a negociação. “A pauta de reivindicações já foi protocolada na Governadoria e secretarias de Administração e Educação em abril e novembro de 2023; e janeiro e abril deste ano. Porém, até o momento, as representações do Palácio de Ondina apenas recebem a comissão de docentes para o que chamam de ‘mesa de diálogo’, sem que ela tenha um caráter de negociação. Evidenciam assim, a falta de vontade política com as professoras e os professores que proporcionam conhecimento, formação e desenvolvimento a todas as regiões da Bahia”.

Reposição Salarial:

1. Reposição completa das perdas salariais acumuladas nos últimos 9 anos (2015-2023), o que, segundo o Dieese (a partir do IPCA), justifica um reajuste entre 42,46% e 42,02% a depender da classe. E com o compromisso de retomar a política de correção salarial a cada ano;

Direitos:

2. Cumprimento integral dos direitos trabalhistas dos professores, efetivos e temporários, ativos e aposentados, previstos no Estatuto do Magistério Superior Público das Uebas - Lei 8352/2002 e nas demais legislações trabalhistas;

3. Ampliação e desvinculação de vaga/classe do quadro de vagas permanente do Magistério Público das Uebas;

4. Adequar as atuais disposições sobre concessão de passagem/transporte/translado para docentes das Uebas às necessidades e realidades de cada universidade, incluindo os deslocamentos para garantir o exercício da docência;

Financiamento:

5. Repasse orçamentário anual às Uebas de, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos, com revisão do percentual a cada dois anos, sendo o novo orçamento sempre superior ao executado no ano anterior, garantindo o cumprimento integral do orçamento aprovado. Atualmente esse repasse não chega a 5%.

Autonomia financeira, administrativa e acadêmica:

6. Cumprimento do artigo 207 da Constituição Federal, com garantia da gestão democrática das universidades, inclusive cancelamento da lista tríplice para escolha de reitor, com nomeação do mais votado ou mais votada.