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Larissa Almeida
Publicado em 29 de março de 2024 às 05:30
A movimentação no Mercado do Peixe, situado no Largo de Água de Meninos, no Comércio, costuma registrar aumento significativo nas semanas que antecedem a Semana Santa. Uma vez que a procura por diferentes pescados para compor o almoço da Sexta-Feira da Paixão já tem fama de atrair muita gente e ocasionar filas enormes, muitos se antecedem nas compras, mas sempre há quem deixe para o último dia. Esse foi o caso da professora aposentada Eli Lago, de 55 anos, que por volta das 15h desta quinta-feira (28) ainda estava escolhendo os peixes que cozinharia no dia seguinte. >
“Eu vim aqui de última hora comprar quatro quilos de pescada-amarela. Escolhi o peixe porque dizem que não tem espinha e deixei para comprar só agora porque cuido da minha mãe, fico sobrecarregada e sem tempo. Hoje, tive que comprar peixe para a minha casa e para a casa dela. Os quatro quilos saíram por R$200 no dinheiro com desconto, mas está tudo muito mais caro”, reclamou. >
Já conformado que o atraso para as compras resultaria em maiores custos ao seu bolso, o gerente de transportes Erivaldo Lima, 60 anos, foi comprar peixe vermelho, olho-de-boi e camarão, e fez comparação de preços em diferentes boxes a fim de amenizar os gastos. “Comprei camarão de R$40. Está caro, mas não tem jeito. O olho-de-boi foi R$40 também e a pescada-amarela foi R$45. Infelizmente, só ando na correria do trabalho e vim aqui no sufoco”, contou.>
Diferente dos demais, a pensionista Leônidas Soares, de 73 anos, já tinha garantido seu pescado da Sexta-Feira da Paixão, mas foi ao Mercado do Peixe para comprar camarão no intuito de fazer uma boa ação. “Eu vim hoje porque queria camarão fresco para fazer minha comida e as quentinhas para dar a quem está com fome. O quilo do camarão foi R$35, lá no meu bairro estava de R$39. Ainda economizei R$4”, constatou, sem esconder a alegria. >
Quem também tinha motivos para comemorar eram os permissionários do local. No boxe 8, onde Anderson de Souza, 32 anos, estava atuando como ajudante, a arraia e a corvina foram o carro-chefe das vendas, tendo o quilo comercializado por R$50. “Peixes que nós baianos gostamos de comer e pegam tempero rapidinho saíram mais rápido. Vendemos, em média, três mil quilos de cada, mas se esse feriado fosse no início do mês eu garanto que seria melhor”, disse. >
No boxe 12, comandado por Eder Fernando, os peixes mais pedidos foram a corvina, vermelho e badejo. Dos três, o badejo era o único que não chegava a ser uma aposta do peixeiro na semana passada, quando a reportagem esteve por lá, mas a surpresa foi bem-vinda. “O vermelho está R$45, a corvina que estava R$25, agora está saindo por R$23, e o badejo, que era R$45, agora está R$40. De segunda-feira até hoje, já vendi umas quatro toneladas somando tudo. Só hoje, foi meia tonelada. O faturamento está 50% maior”, contabilizou.>
Outras opções também atraíam os atrasadinhos da Semana Santa. No boxe capitaneado por Raiane de Assis, 20 anos, o siri catado, a mariscada, a pescada-amarela e o camarão eram os mais vendidos. “A mariscada está R$45 no dinheiro, siri catado sai por R$65, a pescada-amarela e o camarão estão R$50. Só de camarão, vendi mais de 60kg, o que é muito mais do que vendo em um dia normal, quando normalmente vendo 20kg”, afirmou.>
Na Ladeira da Água Brusca, o movimento também estava intenso. Na Sol & Mar Peixaria, o aumento da clientela chegou a 300%. Lá, a corvina foi o pescado com maior saída, sendo vendida por R$18 o quilo. Em segundo lugar, quem aparecia na peixaria buscando camarão conseguia levar o quilo do fruto do mar por R$20.>
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro>