Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Gil Santos
Publicado em 17 de outubro de 2024 às 06:30
As mudanças na regra de financiamento imobiliário anunciadas pela Caixa Econômica Federal para o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) terão impactos direto sobre os dois modelos de financiamento. Na tabela SAC, antes, o consumidor precisava oferecer 20% do valor do imóvel como entrada, agora, será necessário 30%. Na tabela Price, era 30% e passou para 50%. Entenda as diferenças entre elas e como elas se traduzem na prática. >
Na tabela SAC, os juros são calculados com base no saldo devedor, por isso, as parcelas começam mais altas e a medida que vão sendo pagas as mensalidades vão encolhendo. Hoje, se um imóvel custa R$ 500 mil e o cliente consegue o máximo de financiamento, ou seja, 80%, o valor de entrada será de R$ 100 mil. Com a mudança o valor de entrada será de R$ 150 mil. >
A tabela SAC é mais recomendada pelos especialistas, porque é o modelo em que consumidor paga menos juros, como explica a administradora e educadora financeira Liz Midlej. >
"Se você tem uma folga no orçamento e busca economizar no longo prazo, a Tabela SAC pode ser a escolha mais inteligente, pois garante uma redução mais rápida do saldo devedor. No entanto, as parcelas iniciais são mais elevadas, o que pode ser desafiador para o orçamento de algumas famílias", afirmou.>
Já na tabela Price as parcelas são menores que na tabela SAC e são fixas do começo ao fim do financiamento, mas é um modelo em que o consumidor geralmente paga mais juros. >
"A Tabela Price pode ser atrativa para quem precisa de parcelas iniciais mais baixas, desde que esteja ciente dos riscos associados aos reajustes e ao maior custo total em juros. Apesar das parcelas serem fixas, uma parte maior do pagamento inicial é destinada aos juros, o que faz com que o saldo devedor demore mais para ser amortizado", explica Midlej.>
Com a redução de financiamento da tabela Price de 70% para 50%, o consumidor que escolher esse modelo terá que oferecer como entrada metade do valor do imóvel. Se a casa ou apartamento custa R$ 500 mil, será preciso pagar R$ 250 mil de entrada. >
A educadora financeira frisou que é importante fazer uma análise cuidadosa dos prós e contras de cada sistema, verificar a capacidade financeira atual e as expectativas para o futuro antes de fazer uma escolha. "Independentemente da tabela escolhida, é importante lembrar que amortizações adicionais podem ajudar a reequilibrar as vantagens e desvantagens de cada sistema, além de reduzir o prazo total do financiamento", afirma .>