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Terça da benção ganha missa campal com apresentação da Orquestra Afrosinfônica

Grupo se apresentará junto com banda da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos

  • Foto do(a) author(a) Emilia Oliveira
  • Emilia Oliveira

Publicado em 8 de novembro de 2023 às 05:00

Orquestra Afrosinfônica
Orquestra Afrosinfônica Crédito: Ana Lucia Albuquerque/ CORREIO

A bênção nas terças do Pelourinho se multiplicaram ontem (07) e prometem ser assim, pelo menos, até abril de 2024. Em todas as primeiras terças do mês, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos comandará uma missa campal, no Largo do Pelourinho, embalada pelos ritmos do grupo musical do templo e da Orquestra Afrosinfônica.

Na estreia dessa terça-feira, a celebração foi em homenagem ao Santo Antônio de Categeró.O santo foi um homem escravizado no século XVI, que se converteu ao catolicismo e ficou conhecido por seus milagres relacionados à fartura de alimentos e a cura de enfermidades.

Além da importância para a Igreja do Rosário, a estreia da série de missas ganhou um tom especial por ter acontecido neste mês de novembro, em que se comemora a Consciência Negra, no dia 20. A série de eventos integra a programação do "Cole no Centro", promovido pela Prefeitura de Salvador, e marca a retomada das missas campais da Igreja, após um hiato de pelo menos dois anos por causa da pandemia.

Segundo a produtora do evento Simone Carrera, a intenção é retomar a força da terça da benção entre os baianos."É importante enfatizar os eventos que estão acontecendo no Centro Histórico, principalmente às terças, para resgatar a força dessa atividade. A ideia é que tenhamos a missa campal com a Rosário e a Afrosinfônica na primeira terça [de cada mês], com Gerônimo nas últimas [terças] na escadaria e os afro cortejos. Queremos que as pessoas saibam que vindo para o Centro Histórico, elas encontrarão arte, cultura e religiosidade", destacou Simone.

Desta vez, a festa aconteceu, excepcionalmente, dentro da Igreja do Rosário, devido à chuva que atinge Salvador, desde a manhã. Mas nem por isso as atrações foram menos celebradas. A turista de São Paulo Débora Santos, 45 anos, cantou e dançou com a banda da igreja e contemplou maravilhada a apresentação da Orquestra Afrosinfônica da Bahia.

"A expectativa de vir a Salvador já era grande, mas isso aqui é muito maior: tem oração, reza, samba, batuque, tudo em um lugar só e muito harmonioso. A dúvida foi aproveitar ou registrar tudo para mostrar a minha filha que não pôde vir. Isso aqui é muito bonito", disse a paulistana, que pretende ficar em Salvador até a próxima quarta-feira (15).

Para o maestro da Orquestra Afrosinfônica Ubiratan Marques, o encontro entre o grupo e a igreja é um desejo antigo, movido pela representativa antirracista que ambos carregam.

"Para nós, fazer alguma coisa com a Rosário dos Pretos era uma missão, porque ela é uma grande referência para a orquestra. Estarmos presentes faz muito sentido, porque somos filhos disso aqui. Tudo neste lugar foi construído por pessoas que são os nossos avós, tataravós, e vim para trazer uma mensagem dizendo: ‘olha onde nós chegamos, vocês construíram e hoje estamos mandando essa mensagem para o mundo todo ouvir’, é a grande beleza", afirmou Ubiratan.

O repertório da Afrosinfônica também foi pensado especialmente para as terças da benção. Além de músicas do álbum "Branco" e "Orin, a Língua dos Anjos", o grupo apresenta clássicos de grupos afro da Bahia, como Cortejo Afro, Filhos de Gandhy, Malê Debalê, entre outros. Um show que o maestro classifica como contemplativo e animador.

Todas as missas campais serão realizadas pelo padre Lázaro Muniz, pároco da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, para ele, levar as tradicionais missas de terça para fora da igreja, em um espaço muito maior, é preservar as expressões soteropolitanas. “O Pelourinho fervilha de cultura, expressões musicais, fé e religiosidade. Precisamos manter essas heranças vivas”, ressaltou o líder religioso.

Serviço

O que: Missa Campal da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos com Afrosinfônica

Quando: Todas as primeiras terças-feiras do mês até abril de 2024

Onde: Largo do Pelourinho, Centro Histórico de Salvador, a partir das 17h30

Com orientação da subeditora Fernanda Varella