Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Alpinista é acusado de deixar namorada morrer congelada em topo de montanha após recusar resgate de helicóptero

Julgamento será em fevereiro de 2026

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 08:12

Kerstin Gurtner morreu no topo de montanha e Thomas Plamberber foi acusado
Kerstin Gurtner morreu no topo de montanha e Thomas Plamberber foi acusado Crédito: Reprodução

A montanhista austríaca Kerstin Gurtner, de 33 anos, foi encontrada morta por hipotermia depois de enfrentar a noite sob ventos de 70 km/h e sensação térmica de -20°C, no último 19 de janeiro, no topo do Grossglockner. A tragédia ocorreu durante a tentativa de alcançar o cume de 3.799 metros ao lado do namorado, o alpinista Thomas Plamberber, 36, que agora responde na Justiça austríaca por homicídio culposo.

Kerstin estava a apenas 150 pés do cume quando foi localizada, segundo promotores ouvidos pelo jornal Kronen Zeitung. Ela tentou avançar no trecho final usando uma prancha de snowboard dividida e botas inadequadas, sem kit de emergência - fatores que, para o Ministério Público, revelam sua inexperiência em alta montanha. Investigadores analisaram celulares, fotos, vídeos e dados de relógios esportivos para reconstruir os momentos que antecederam a morte e concluíram que ela não recebeu abrigo ou proteção térmica suficientes durante a noite.

Kerstin Gurtner por Reprodução

O colapso da montanhista começou horas antes, quando as equipes de resgate identificaram, por volta das 22h, as luzes das lanternas usadas pelo casal. Um helicóptero chegou a ser enviado, mas Thomas recusou a evacuação, alegando em depoimento que ambos estavam bem naquele momento. Em seguida, segundo ele relatou à polícia, “pouco depois” Kerstin passou a apresentar “sinais crescentes de exaustão”, conforme publicado pelo jornal El País.

As autoridades também questionam o fato de o alpinista não ter atendido às ligações e mensagens dos socorristas naquela noite. Ele afirmou que o telefone estava no silencioso. O primeiro contato efetivo ocorreu apenas às 00h30, quando já não havia mais condições climáticas para o helicóptero operar no local. Com isso, o resgate precisou iniciar a pé.

De acordo com os investigadores, Thomas permaneceu com Kerstin até aproximadamente 2h, momento em que a deixou para procurar outra pessoa que pudesse estar na trilha. Um novo pedido de socorro só foi registrado às 3h40. Quando os serviços de emergência finalmente alcançaram o ponto onde ela estava, na manhã seguinte, já não havia sinais de vida.

A escalada havia começado às 6h45 do dia anterior. Às 13h, o casal já se encontrava a menos de 250 metros do topo, no trecho mais técnico da rota, que exige progressão mais lenta. A dificuldade acabou retardando o avanço, fazendo com que ambos ficassem expostos quando a noite caiu.

Promotores afirmam que Thomas, apesar de experiente e natural de Salzburgo, ignorou a falta de preparo da companheira para uma ascensão desse nível. O Ministério Público sustenta que ela foi deixada “desprotegida, exausta e hipotérmica” ao longo da madrugada.

A defesa do alpinista, representada pelo advogado Kurt Jelinek, diz que ele lamenta profundamente o ocorrido e trata o episódio como “um acidente trágico e fatídico”. O caso será julgado em 19 de fevereiro de 2026, no Tribunal Regional de Innsbruck. Se condenado, Thomas pode pegar até três anos de prisão.