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Da Redação
Publicado em 21 de abril de 2017 às 23:25
- Atualizado há 2 anos
A identificação do atirador que matou um policial e deixou outros dois feridos na Avenida Champs-Élysées, em Paris, evidenciou a dificuldade das autoridades europeias em monitorar os terroristas ou possíveis radicais. Isso porque o homem de 39 anos, que foi morto após disparar na avenida mais famosa do país anteontem, já era conhecido das autoridades de segurança antiterror. >
Karim Cheurfi, de nacionalidade francesa, foi condenado em 2001 por ter atirado em um policial e há dois meses foi interrogado pela polícia por suspeita de ser uma ameaça à segurança pública. Fontes policiais confirmaram que Cheurfi foi monitorado e chamado a depor por prováveis ligações com o grupo extremista Estado Islâmico (EI). Porém, após o interrogatório, o homem foi liberado por falta de provas.>
Horas depois do ataque na Champs-Élysées, o Estado Islâmico confirmou o que as autoridades francesas chegaram a cogitar: Cheurfi era mesmo um soldado do EI. Sua capacidade de escapar da rede de segurança às vésperas de uma eleição presidencial fortemente disputada lembrou aos governos europeus o quanto é difícil fazer uma triagem dos possíveis radicais por meio de uma série de dados de inteligência.>
CAÇADA AOS CÚMPLICES>
Ontem, a polícia francesa iniciou ainda na madrugada uma operação no subúrbio de Paris, na região de Seine-et-Marne, onde morava o atirador, para procurar possíveis cúmplices e reunir mais provas contra o autor do atentado.>
Três pessoas próximas a Cheurfi, possivelmente seus parentes, foram detidas e interrogadas. Buscas foram realizadas na residência do atirador. Ainda no dia do atentado, uma carta em defesa do grupo radical foi encontrada perto do corpo do terrorista, segundo a Reuters. Em seu carro, foram encontrados um rifle e facas. >
O presidente francês, François Hollande, visitou ontem o hospital Georges Pompidou de Paris onde estão os policiais feridos no ataque. Ele estava acompanhado do primeiro-ministro, Bernard Cazeneuve, e do ministro de Interior, Matthias Fekl. Hollande foi também à sede da polícia da capital francesa para manifestar seu apoio às forças da ordem, segundo a agência Efe.>
SEGURANÇA REFORÇADAA avenida mais famosa da França foi liberada para os carros e pedestres ontem, mas a segurança está reforçada. Em outros pontos de grande movimentação, como a Torre Eiffel, também há uma grande quantidade de policiais circulando.>
O governo da França anunciou ontem que suas forças de segurança foram completamente mobilizadas para o primeiro turno das eleições presidenciais, marcado para acontecer amanhã.>
“Nada deve poder impedir o processo democrático fundamental do nosso país”, disse o primeiro-ministro, Bernard Cazeneuve, após uma reunião de emergência em seu gabinete para tratar da segurança.>
O país está em estado de emergência desde novembro de 2015, quando o Estado Islâmico coordenou ataques à casa de shows Bataclan e restaurantes próximos, que deixaram 130 mortos e mais de 350 feridos na capital francesa.>