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Carol Neves
Publicado em 5 de junho de 2025 às 10:59
O novo decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que restringe a entrada de cidadãos de 19 países a partir desta segunda-feira (9), traz uma exceção importante: atletas, treinadores, membros de equipes técnicas e parentes próximos poderão entrar no país caso estejam participando de eventos esportivos de grande porte. >
A medida estabelece que essa liberação vale para competições como a Copa do Mundo, as Olimpíadas ou qualquer outro evento de destaque internacional, desde que a viagem seja considerada necessária pelo Secretário de Estado. O decreto afirma que estão isentos da proibição “qualquer atleta ou membro de uma equipe esportiva, incluindo treinadores, pessoas que desempenham uma função de apoio necessária e parentes próximos, viajando para a Copa do Mundo, Olimpíadas ou outro grande evento esportivo”.>
A definição ocorre em um momento sensível para o calendário esportivo internacional. Os Estados Unidos sediam em junho e julho a Copa do Mundo de Clubes e se preparam para receber a Copa do Mundo de Seleções em 2026 e os Jogos Olímpicos em 2028. A medida, portanto, preserva a participação de atletas de países afetados, ainda que seus cidadãos estejam, em geral, com a entrada barrada.>
A lista de bloqueio total inclui Afeganistão, Mianmar, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. Outros sete países enfrentam restrições parciais, com regras mais rígidas conforme o tipo de visto: Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela.>
Ao retomar uma política já adotada durante seu primeiro mandato, Trump justificou o novo decreto afirmando que “o objetivo é manter os terroristas islâmicos radicais fora dos Estados Unidos”. Segundo ele, a iniciativa visa proteger a segurança nacional e o povo americano.>
A decisão provocou reações em diferentes países. A Venezuela classificou os Estados Unidos como “um lugar perigoso” e acusou o governo de ser “fascista”. Já a Somália se manifestou de forma mais diplomática, afirmando estar aberta ao diálogo. O Irã não respondeu oficialmente, mas lideranças comunitárias americanas criticaram a medida por separar famílias. Grupos ligados ao Afeganistão também protestaram, considerando a decisão uma “vergonha moral” diante do apoio dado pelo país ao longo de 20 anos de presença militar americana.>
Apesar das críticas, o governo americano ainda não respondeu publicamente às reações internacionais.>