Diplomata brasileira na ONU condena os ataques israelenses a Gaza

Para ela, as ações militares de Israel já provaram não ter eficácia

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  • Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2009 às 01:20

- Atualizado há um ano

A representante brasileira no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti, em discurso nesta quinta-feira (8), na ONU, condenou o uso da força por parte do grupo Hamas contra Israel e a “resposta militar desproporcional de Israel”. Ela apelou para o cesar-fogo imediato e disse que o Brasil está disposto a colaborar pela paz na região.

“Condenamos o recurso à violência pelas partes e deploramos a resposta militar desproporcional de Israel aos ataques ilegais por foguetes contra seu território, que devem igualmente cessar. O novo ciclo de violência inflige grande sofrimento e angústia à população civil. Instamos a um imediato cessar-fogo e à abertura dos postos de fronteira em Gaza, de maneira a permitir o acesso à ajuda humanitária e a aliviar a insustentável situação humanitária na região”, disse.

A embaixadora defendeu a criação de um Estado Palestino independente como única forma de promover a paz. “A paz duradoura só pode ser alcançada com a criação de um Estado Palestino independente, vivendo pacificamente lado a lado com Israel, dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas e em pleno respeito às resoluções do Conselho de Segurança [da ONU]”, afirmou.

Maria Luiza Viotti disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Siva está disposto a cooperar mais intensamente com a comunidade internacional na busca de uma solução, e que é objetivo do Brasil realizar uma reunião ampliada para discutir propostas de paz.

“Tal iniciativa poderia facilitar o trabalho do Conselho. O Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, visitará em breve a região, quando discutirá formas eficazes de encaminhar soluções para a crise atual e ajudar israelenses e palestinos a alcançar a paz”, disse.

Segundo a diplomata, ações militares como a empreendida por Israel não tem eficácia para a solução do conflito que já dura mais de seis décadas.

“Depois de tantas décadas, ninguém pode alimentar ilusões sobre uma solução militar para o conflito ou sobre a possibilidade de obter ganhos políticos duradouros com o uso da força. Tampouco se pode consentir no emprego da força como ferramenta política. Um mecanismo internacional para monitorar a cessação sustentada das hostilidades poderia ser estabelecido, para o qual o Brasil estaria disposto a contribuir, se as partes o considerarem útil”, afirmou.

(Com informações da Agência Brasil)