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Empresa é condenada a pagar R$ 8,3 bilhões a mulher que associa câncer ao uso do Johnson’s Baby

Ela alegou no processo que o talco para bebês da companhia a expôs ao amianto, o que desencadeou um câncer de mesotélio

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 24 de dezembro de 2025 às 14:40

Empresa é condenada a pagar R$ 8,3 bilhões a mulher que associa câncer ao uso do Johnson’s Baby
Empresa é condenada a pagar R$ 8,3 bilhões a mulher que associa câncer ao uso do Johnson’s Baby Crédito: Reprodução

A Johnson & Johnson foi condenada a pagar, aproximadamente, R$ 8,3 bilhões, a moradora de Maryland, nos Estados Unidos, Cherie Craft. Em um processo, ela alegou que os produtos de higiene pessoal da marca à base de talco lhe causaram câncer. De acordo com informações do The Wall Street Journal, o júri do Tribunal do Circuito da Cidade de Baltimore concedeu a Craft US$ 59,84 milhões (R$ 330,3 milhões) em indenização por danos e impôs indenizações punitivas de US$ 1 bilhão (R$ 5,5 bilhões) contra a empresa e de US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) contra a sua subsidiária Pecos River Talc.

Os advogados da vítima informaram que esse veredito é o maior já proferido contra a Johnson & Johnson em relação a um único demandante. No processo, Craft alegou que o talco para bebês da companhia a expôs ao amianto, o que desencadeou um câncer de mesotélio (membrana que reveste órgãos como pulmões, abdômen e coração). A advogada Jessica Dean, sócia da Dean Omar Branham Shirley, disse ao WSJ que o câncer de Craft era evitável. “Ela usou o talco Johnson's Baby todos os dias da sua vida até ser diagnosticada com câncer.”

O problema da Johnson & Johnson com seus produtos a base de talco começou a ganhar destaque na década de 1990, e se transformou em uma grande onda de litígios jurídicos principalmente a partir de 2016, quando um júri nos Estados Unidos ordenou um pagamento significativo em um processo por câncer associado ao uso do talco produzido pela empresa.

Desde então, a Johnson & Johnson já enfrentou milhares de processos associando seu talco para bebê com câncer. Os processos alegam que o talco da J&J estava contaminado com amianto, um conhecido carcinógeno, frequentemente encontrado perto de depósitos de talco, e que a empresa sabia dessa contaminação, mas a escondeu dos consumidores.

A Johnson & Johnson parou de vender talco para bebês nos EUA e no Canadá em 2020 e globalmente até 2023, alegando razões comerciais, mas a preocupação pública e os processos judiciais foram fatores importantes. O produto foi trocado por outro à base de amido de milho.

“Esses processos judiciais são baseados em ‘pseudociência’, refutada por décadas de estudos que demonstram que o Talco Johnson’s Baby é seguro, não contém amianto e não causa câncer”, disse Erik Haas, vice-presidente mundial de litígios da Johnson & Johnson, em um comunicado.