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Ato terrorista aconteceu enquanto Mossul comemorava fim da ocupação do EI no Iraque
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2017 às 10:46
- Atualizado há um ano
O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) degolou nesta sexta-feira (1º) seis pessoas, coincidindo com o primeiro dia da Festa do Sacrifício ou "Eid al Adha", na cidade de Albukamal, na Síria, na fronteira com o Iraque, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos. A informação é da "Agência EFE".
O ato terrorista aconteceu enquanto a cidade de Mossul, no Iraque, comemorava pela primeira vez desde 2014, em meio a fortes medidas de segurança, a festa muçulmana do Sacrifício após o fim da ocupação do grupo terrorista Estado Islâmico.
Segundo a ONG, as vítimas na cidade síria foram executadas pela acusação de "espiar a favor da aliança das cruzadas", em referência à coalizão internacional. O Observatório, que conta com ativistas em toda a Síria, acrescentou que membros do EI foram vistos enquanto filmavam a execução.
Este é segundo assassinato que o grupo terrorista faz em público coincidindo com esta festividade, pois em 12 de setembro do ano passado o EI degolou 15 pessoas, segundo o Observatório.
As vítimas do ano passado, que foram acusadas de vigiar e filmar os combatentes e as sedes do EI, foram penduradas em correntes de ferro após terem sido decapitadas, segundo o Observatório.
Mossul
Este ano, Mossul festeja tanto o Eid al Adha (nome árabe da festa) como a vitória sobre os terroristas, que foram finalmente derrotados em julho passado, nos dias posteriores à outra grande festa muçulmana, o Eid al Fitr, que encerra o mês santo do Ramadã.
Para isso, os moradores de Mossul recuperaram todas as tradições que o EI tinha proibido na cidade, como cantar "Deus é grande, é único e Maomé é seu profeta", um cântico que os jihadistas vetavam durante estas datas por não se ajustar a sua visão radical do Islã.
Além do típico sacrifício de gado, comum em todos os países muçulmanos, alguns cidadãos de Mossul voltaram a fazer bolos que antes não podiam, devido à extrema pobreza na qual viveram durante a ocupação do EI.
O pesquisador Omar al Haiali disse à "Agência EFE" que os cidadãos manifestaram sua alegria comprando roupas típicas, bem como os ingredientes dos bolos chamados de Al Calija, que levam farinha, gergelim, nozes e cardamomo.
Os habitantes da cidade, a terceira maior do Iraque, também foram às mesquitas para a oração matutina do primeiro dia de festa e voltaram a visitar os cemitérios para homenagear seus mortos, algo que o EI também havia proibido desde que dominou a região, em julho de 2014.
Nos mercados como o de Nabi Yunes, Al Muzana e Al Zohur, lotados de clientes, havia uma intensa presença das forças de segurança, cujos soldados revistavam os transeuntes e proibiam a entrada de veículos.
O comandante das operações militares da região, general Naym al Jaburi, disse à EFE que milhares de soldados das forças de segurança foram posicionados nas ruas de Mossul, parte deles à paisana, e permanecerão durante os quatro dias da festa para evitar possíveis ataques.